As crianças sul-africanas estão de férias desde o último dia 9 de junho por conta da Copa do Mundo. Enquanto elas aproveitam a folga, seus pais, porém, estão preocupados.
O governo dava três semanas e meia de descanso no mês de julho, neste ano, 12,3 milhões de estudantes terão cinco semanas de férias, programadas exatamente para o mesmo período da Copa.
Os pais, que estão mais preocupados com o desempenho escolar das crianças do que com o resultado das partidas de futebol, reclamam.
Phumla Makolwane, mãe de um estudante de dez anos, diz que o aumento nas férias é desnecessário.
- As férias são muito longas. Entendo que estamos em uma Copa do Mundo, mas a educação tem que vir em primeiro lugar.
Makolwane mora em Katlehong, área pobre da região metropolitana de Joanesburgo. Lá, muitos dos seus vizinhos também não concordam com a ampliação das férias.
Carter Motloung é um deles. Ele tem cinco filhos, todos estudantes, todos de férias. Da esquina de sua casa ele observa meninos correndo pela vizinhança e questiona a decisão.
- Eles merecem ver a Copa, mas não têm dinheiro para ir ao estádio. Então por que dispensá-los das aulas, já que eles vão assistir aos jogos na televisão? Mais para frente, isso pode prejudicá-los.
Em comunicado, o Departamento de Educação da África do Sul informa que a ampliação das férias resultou em somente sete dias extras de folga neste ano. Além disso, diz o comunicado, a mudança não alterará o número de dias de aula deste ano letivo.
O governo ainda recomenda que os pais de alunos incentivem os filhos a frequentar bibliotecas e manter um período diário de leitura durante as férias.
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