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Colômbia escolhe novo presidente sob sombra de Uribe

Os colombianos vão às urnas neste domingo (18) para escolher seu próximo governante. O ex-ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, e o verde Antanas Mockus se enfrentam no segundo turno das eleições. Mesmo deixando o poder, o atual presidente, o popular

Da Redação

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 Fusca da campanha de Mockus usa um lápis como símbolo; candidato verde embolou eleições colombianas mas deve ser derrotado pelo governista Santos
Icone Camera Foto por Luis Robayo - 06.06.2010/AFP
Fusca da campanha de Mockus usa um lápis como símbolo; candidato verde embolou eleições colombianas mas deve ser derrotado pelo governista Santos
Escrito por Da Redação
Publicado em 20.06.2010, 10:15:00 Editado em 27.04.2020, 21:00:42
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Os colombianos vão às urnas neste domingo (18) para escolher seu próximo governante. O ex-ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, e o verde Antanas Mockus se enfrentam no segundo turno das eleições. Mesmo deixando o poder, o atual presidente, o popular Álvaro Uribe, é uma das principais figuras no processo.

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Há poucos meses, pouca gente imaginava que o atual presidente não seria candidato a um terceiro mandato. Uribe até tentou convocar um referendo para mudar a Constituição (que proíbe segunda reeleição), mas a Suprema Corte do país barrou o projeto em fevereiro deste ano.

Sem Uribe (cuja vitória era dada como certa), a eleição ganhou um caminho inesperado. Por várias semanas o candidato do Partido Verde, Mockus, ameaçou impor uma derrota histórica ao uribismo, com várias pesquisas indicando sua vitória. O resultado do primeiro turno, no entanto, mostrou o triunfo de Santos, com 46,6% dos votos. Mockus teve 21,5% dos votos.

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Segundo a última pesquisa anterior ao segundo turno do instituto Invamer Gallup, Santos ganharia com 65,1% dos votos, contra 28% a serem dados a Mockus.

Ironicamente, uma das maiores preocupações dos candidatos, neste momento, é a participação dos eleitores. Apenas 49% votaram no primeiro turno, em 30 de maio. Como o voto não é obrigatório e há o apelo da Copa do Mundo, muitos colombianos podem trocar o voto pelo jogo de Brasil e Costa do Marfim, no domingo. Mesmo liderando as pesquisas, o candidato governista já pediu aos eleitores que não deixem de votar.

Saída de Uribe é amadurecimento da democracia

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Relatório da ONG InterAmerican Dialogue sobre a Colômbia, publicado na última sexta-feira (18), elogia a decisão da Suprema Corte de barrar a possibilidade de um terceiro mandato de Uribe.

O documento diz que “sem alternância” de poder, “a democracia corre o risco de se atrofiar”.

Para a ONG baseada em Washington, o presidente que sai deixa um importante legado: a política da segurança democrática, a forte repressão das Forças Armadas contra grupos armados e guerrilhas como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).

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O InterAmerican Dialogue diz que o sucessor de Uribe terá três grandes desafios pela frente. O primeiro é a violência, o segundo é a conexão entre políticos e milícias paramilitares (grupos armados de direita). “Por fim, o próximo presidente deve dar um forte respaldo ao Estado de direito, sem a qual não existe nem democracia e nem segurança”, diz o documento.

Santos e Mockus tem perfis distintos

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Filho de imigrantes lituanos, matemático e filósofo, Mockus tem estilo excêntrico, muito diferente da postura sisuda de Santos.

O ex-prefeito de Bogotá ganhou popularidade ao fazer dois governos inovadores na capital colombiana, que sofreu uma reforma urbanística e no sistema de transporte público e viu seus índices de criminalidade despencarem.

Mockus também ganhou fama por contratar mímicos para organizar o trânsito, se casar em cima de um elefante e mostrar o traseiro a manifestantes estudantis quando ainda era reitor de uma universidade local.

Santos, por outro lado, foi ministro de três governos colombianos. Conhecido pelo estilo linha dura, ele foi um dos responsáveis pela forte política de combate às Farc quando era ministro da Defesa de Uribe.

O candidato governista também tem manchas em seu currículo. Ele comandou a operação Xeque Mate, que penetrou ilegalmente no território do Equador para caçar guerrilheiros das Farc.

Opositores também ligam Santos a milícias paramilitares. O candidato ainda ficou marcado pelo caso dos falsos positivos, quando militares passaram a matar jovens pobres de favelas e contá-los como se fossem guerrilheiros – quantos mais guerrilheiros mortos, maiores eram as chances de promoção no Exército na política desenvolvida por Santos.

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