O número de mortos em confrontos no sul do Quirguistão subiu para 82. O total de feridos já passa de mil, segundo informou neste domingo (13) o Ministério da Saúde da antiga república soviética da Ásia Central. A maioria das mortes(73) foram registradas na região de Osh, enquanto em Jalal-Abad houve nove mortos.
Um total de 1.076 pessoas pediram assistência médica, das quais 614 tiveram que ser hospitalizadas - a metade delas em estado grave - e 383 receberam tratamento ambulatorial. Baktibek Alimbekov, comandante da região de Osh, disse que a situação na região está sob controle, mas ainda é complicada.
- Neste momento não há nenhum foco de conflito, são registradas pequenas infrações, mas não por motivos étnicos.
No entanto, moradores da cidade que, na manhã deste domingo amanheceu com prédios inteiros consumidos por chamas, informaram que os confrontos foram reatados.
Toque de recolher
A situação em Jalal-Abad se acalmou um pouco após uma noite de distúrbios, apesar do toque de recolher. Entretanto, da mesma forma que em Osh, testemunhas falam em novos choques.
Quase duas mil pessoas se reuniram no hipódromo local para exigir a renúncia do governador de Jalal-Abad, Bektur Asanov, assim como a detenção e comparecimento perante os tribunais do líder uzbeque local, Kadirzhan Batirov, acusado de incitar o ódio entre as etnias.
Akmatbek Keldibekov, um dos líderes do partido Ata-Zhurt, ressaltou que para pôr fim ao derramamento de sangue é necessário que se comece um processo de diálogo entre quirguises e uzbeques.
A presidente interina do Quirguistão, Rosa Otunbayeva, pediu à Rússia o envio de forças de paz para pôr fim à violência étnica em Osh, a segunda maior cidade desse país centro-asiático.
A porta-voz do presidente russo, Tatiana Timakova, disse no sábado (12) que o conflito no Quirguistão é um assunto interno e a "Rússia ainda não vê condições para participar de seu regulamento". Ela informou, no entanto, que o chefe do Kremlin, em sua qualidade de presidente do Conselho das Forças de Segurança Coletiva dos países que são membros do tratado homônimo, ordenou realizar consultas para "elaborar medidas coletivas de reação".
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