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Moradia leva mais às ruas do que Copa

Excluindo as questões trabalhistas, as reivindicações dos movimentos de moradia foram responsáveis pelo maior número de protestos realizados neste ano na cidade de São Paulo, segundo levantamento feito pela Polícia Militar, a pedido do Estado. Dos 185 ato

Da Redação

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Só movimentos trabalhistas motivaram mais protestos neste ano na capital; participação, porém, ainda é menor do que nos atos de junho
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Só movimentos trabalhistas motivaram mais protestos neste ano na capital; participação, porém, ainda é menor do que nos atos de junho
Escrito por Da Redação
Publicado em 07.05.2014, 08:36:01 Editado em 27.04.2020, 20:15:09
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Excluindo as questões trabalhistas, as reivindicações dos movimentos de moradia foram responsáveis pelo maior número de protestos realizados neste ano na cidade de São Paulo, segundo levantamento feito pela Polícia Militar, a pedido do Estado. Dos 185 atos que aconteceram na capital entre os dias 1.º de janeiro e 24 de abril, 23 foram organizados por movimentos que lutam por moradia e 43 por sindicatos e grupos trabalhistas - houve 9 atos contra a Copa, por exemplo.

Só na semana passada, que não entrou no levantamento, o Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), um dos mais ativos na capital, realizou duas manifestações na frente da Câmara Municipal de São Paulo - e uma delas terminou em confronto com a Polícia Militar, após o anúncio do adiamento da primeira votação do Plano Diretor.

Só movimentos trabalhistas motivaram mais protestos neste ano na capital; participação, porém, ainda é menor do que nos atos de junho

Dos 23 atos relacionados à moradia, 9 foram identificados pela PM como organizados pelo MTST. Segundo Luiz Giovanni, um dos coordenadores do movimento, o que motiva os protestos é o déficit habitacional da cidade. "É muito alto e a especulação imobiliária na periferia está muito grande. Ou seja, estão empurrando o pobre trabalhador para cada vez mais longe", disse.

Ele explica que o MTST não cobra mensalidade dos integrantes, mas acompanha a presença nas manifestações. "Nós cobramos apenas a luta. Os que mais lutam são os primeiros contemplados."

De acordo com o coordenador do Laboratório de Habitação da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), João Sette Whitaker, desde os anos 1970 os movimentos por moradia foram os que mais se articularam no Brasil. "Sem moradia, as pessoas não têm cidadania.

Basta observar quantas ações exigem um endereço fixo. Além disso, as pessoas que não têm onde morar estão em situações precárias e, por isso, é uma questão emergencial e presente."

Para ele, a cidade de São Paulo, assim como País, está voltando a ter uma "atmosfera de democracia". "O Brasil chegou a uma maturidade democrática que muitos confundem com instabilidade política. As manifestações ganharam proporção e legitimidade", disse o especialista, que também é mestre em Ciência Política.

Números. Segundo dados da PM, a manifestação que teve o maior número de participantes em 2014 foi a 8.ª Marcha da Classe Trabalhadora, no dia 9 de abril, com 9 mil participantes. No topo do ranking em número de participantes estão também dois atos organizados pelo MTST e três protestos contra a realização da Copa.

Para o cientista político Pedro Fassoni Arruda, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), apesar do grande número de protestos que continuam acontecendo na capital, a adesão não pode ser comparada às manifestações de junho. "Se pensarmos no número de pessoas, podemos perceber que um único protesto de junho com 100 mil participantes reuniu muito mais gente do que todos os que aconteceram neste ano."

Com a proximidade do início da Copa do Mundo, cuja abertura ocorre em São Paulo no dia 12 de junho, o especialista disse que as manifestações devem ser intensificadas, mas não há como prever a dimensão. "Um mês antes de junho do ano passado, nenhum sociólogo, jornalista ou cientista político poderia prever o que aconteceu. É difícil saber o que vai acontecer, mas o mais provável é que elas se intensifiquem."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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