O presidente americano, Barack Obama, cancelou pela segunda vez uma viagem a Indonésia e Austrália em meio à crescente preocupação com o vazamento de petróleo na plataforma operada pela BP no Golfo do México, iniciado há mais de seis semanas.
Obama deverá visitar a região nesta sexta-feira pela terceira vez desde o início da crise para avaliar os estragos causados pelo óleo.
Em entrevista à rede de TV americana CNN na quinta-feira à noite, o presidente afirmou que está “furioso” com a BP. A Casa Branca enviou uma conta de US$ 69 milhões para a empresa, para cobrir parte dos custos com a limpeza.
A BP afirmou que até agora os prejuízos com o vazamento já somam US$ 990 milhões.
Progressos
A petroleira afirmou ter feito progressos ao colocar uma espécie de tampa sobre um poço, na tentativa de desviar parte do vazamento para navios na superfície.
Imagens gravadas em vídeo mostram a tampa sendo colocada contra a pressão provocada pelo vazamento de petróleo e gás. Mas, segundo os engenheiros da empresa, poderão ser necessárias até 24 horas para avaliar se a tentativa gerou resultados.
O oleoduto fica a 1,5 km de profundidade, no fundo do mar, e a pressão da água torna a operação bastante difícil.
Segundo a Guarda Costeira americana, a tampa seria uma solução parcial e temporária.
As ações da BP subiram 4% na manhã desta sexta-feira nas bolsas europeias.
O principal executivo da BP, Tony Hayward, vai se reunir com acionistas nesta sexta-feira e estará disponível no site da empresa às 10h00, no horário de Brasília.
A petroleira afirmou que não espera conter totalmente o vazamento até agosto, quando será completada a construção de dois outros poços próximos ao local do vazamento para tentar aliviar a pressão.
Na primeira fase desta última tentativa de conter o vazamento, um robô-submarino cortou o oleoduto danificado com uma espécie de tesoura gigante.
A tampa em formato de funil foi colocada sobre o oleoduto e, se o procedimento for bem-sucedido, ela deveria melhorar a coleta do óleo e a BP poderia estocá-lo em um navio na superfície.
Hayward admitu que a técnica nunca foi tentada antes, e que há muitos desafios pela frente.
O vazamento no Golfo do México começou no último dia 20 de abril, quando a plataforma Deepwater Horizon, operada pela BP, explodiu, causando a morte de 11 trabalhadores.
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