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PMs presos por arrastar vítima estão envolvidos em 62 ações que resultaram em morte

Os três policiais militares presos por terem arrastado por cerca de 350 metros a auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, ao transportá-la na caçamba de uma viatura da PM cuja porta abriu, constam como envolvidos em 62 autos de resi

Da Redação

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Filhos e sobrinhos de Claudia Ferreira da Silva, em sua casa no Morro da Congonha
Icone Camera Foto por Wilton Junior/Estadão
Filhos e sobrinhos de Claudia Ferreira da Silva, em sua casa no Morro da Congonha
Escrito por Da Redação
Publicado em 19.03.2014, 11:47:00 Editado em 27.04.2020, 20:17:23
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Os três policiais militares presos por terem arrastado por cerca de 350 metros a auxiliar de serviços gerais Claudia Silva Ferreira, de 38 anos, ao transportá-la na caçamba de uma viatura da PM cuja porta abriu, constam como envolvidos em 62 autos de resistência (mortes de suspeitos em confrontos com a polícia). Pelo menos 69 pessoas morreram em supostos tiroteios com os PMs desde 2000.

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O subtenente Adir Serrano Machado é o recordista, com envolvimento em 57 registros de autos de resistência (com 63 mortos). O subtenente Rodney Archanjo aparece em cinco ocorrências (com seis mortos).

Já o sargento Alex Sandro da Silva Alves não tinha participação em nenhum auto de resistência até o último domingo, quando um adolescente de 16 anos, suspeito de envolvimento com o tráfico, morreu durante a operação no Morro da Congonha, em Madureira, zona norte, onde Claudia morava.

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A ocorrência com mais mortes ocorreu em 16 de fevereiro de 2009, e foi registrada na 34.ª Delegacia de Polícia, em Bangu, zona oeste do Rio.

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De acordo com o registro 034-2014/2009, quatro pessoas morreram em confronto com o então segundo sargento Adir e outros três PMs. Os PMs suspeitaram que os quatro pertencessem a uma quadrilha de roubo de cargas que agia na área da 40.ª DP (Honório Gurgel) e iniciaram uma perseguição. Os suspeitos teriam atirado nos PMs, que revidaram. Baleados, os suspeitos não resistiram.

Causa da morte. O laudo do Instituto Médico-Legal apontou que a causa da morte de Claudia foi um tiro que atingiu o coração e o pulmão. Após a mulher ter sido baleada, os PMs a colocaram no porta-malas de uma Blazer da corporação para levá-la ao hospital. No meio do caminho, a porta da caçamba abriu.

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Desacordada, Claudia rolou para fora e ficou presa ao porta-malas do veículo por um pedaço de roupa. A mulher ficou batendo no asfalto e teve parte do corpo dilacerada. Por causa disso, havia a suspeita de que esta poderia ser o motivo da morte.

Os três PMs vão depor hoje na 29.ª DP (Madureira). A morte de Claudia foi desmembrada do registro inicial de auto de resistência, e o caso foi notificado como homicídio.

Os policiais foram presos em flagrante no domingo, por determinação do comando do 9.º Batalhão da PM, que os enquadrou no crime de "deixar, no exercício de função, de observar lei, dando causa direta à prática de ato prejudicial à administração militar", previsto no artigo 324 do Código Penal Militar.

Marcelo Gomes - O Estado de S. Paulo

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