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Padrasto já havia castigado Joaquim, diz mãe

A psicóloga Natália Longo, mãe do meninoJoaquim Ponte Marques, de 3 anos, relatou à Polícia Civil de Ribeirão Preto(SP) em seu último depoimento, na quinta-feira (14), que o padrasto do menino, Guilherme Longo, já havia maltratado a criança em casa. A rep

Da Redação

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 Natália deixa DIG de Ribeirão após falar à polícia no dia 14 de novembro (Foto: Reprodução/EPTV)
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Natália deixa DIG de Ribeirão após falar à polícia no dia 14 de novembro (Foto: Reprodução/EPTV)
Escrito por Da Redação
Publicado em 17.11.2013, 11:15:00 Editado em 27.04.2020, 20:22:07
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A psicóloga Natália Longo, mãe do meninoJoaquim Ponte Marques, de 3 anos, relatou à Polícia Civil de Ribeirão Preto(SP) em seu último depoimento, na quinta-feira (14), que o padrasto do menino, Guilherme Longo, já havia maltratado a criança em casa. A reportagem teve acesso neste sábado (16) às declarações da mãe, onde ela relata um episódio em que Joaquim teria feito xixi na cama, e Longo, para castigá-lo, teria colocado o menino de roupa embaixo do chuveiro.

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O advogado de Longo, Antônio Carlos Oliveira, confirma o fato, mas diz que o padrasto teria colocado Joaquim de roupa no chuveiro por outro motivo. "O Joaquim não queria tomar banho. Eles já haviam combinado de que o que tivesse que ser feito, o Joaquim iria fazer. Então obrigaram-no. Dessa forma, ele o colocou de roupa e tudo no chuveiro. Mas com o consentimento da Natália", diz.

Segundo Natália, a troca ocorreu na noite de 3 de novembro, mesmo dia em que o padrasto de Joaquim tomou 10 comprimidos do medicamento Royphinol - que ele mesmo usava para dormir - na tentativa de se matar. De acordo com Natália, Longo não suportava mais o uso de cocaína. Já na madrugada do dia 4, Longo foi levado ao Hospital São Francisco, onde ficou internado até a tarde daquele dia.

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Arredores do córrego
Indagada pela polícia sobre os locais nos arredores da casa em que Joaquim estava acostumado a brincar, Natália afirmou que o menino brincava em uma praça, mas que jamais ele teria se aproximado do "campinho" que fica próximo ao córrego Tanquinho. O local a que a mãe de Joaquim se refere é onde o cão farejador da PM encontrou rastros do menino e do padrasto.

No dia 5 de novembro, no entanto, Natália declarou à imprensa que Joaquim estava acostumado a brincar neste mesmo campinho. "Ele gostava de vir aqui [próximo ao córrego] para brincar, para jogar bola. Se aconteceu alguma coisa, simplesmente eu não sei", afirmou, na ocasião.

Advogado
O advogado de Guilherme Longo, Antônio Carlos de Oliveira, negou as acusações feitas por Natália. Em relação ao episódio do suposto castigo, Oliveira confirma que o padrasto colocou Joaquim de roupa embaixo do chuveiro, mas diz que o fato ocorreu por outro motivo. "O Joaquim não queria tomar banho. Eles já haviam combinado de que o que tivesse que ser feito, o Joaquim iria fazer. Então obrigaram-no. Dessa forma, ele o colocou de roupa e tudo no chuveiro. Mas com o consentimento da Natália", diz.

Segundo Oliveira, tanto Natália quanto Longo, por terem um filho de pouca idade, liam muito sobre educação infantil. A atitude de Longo, de acordo com o advogado, teria sido baseada em alguma dessas leituras, e com total consentimento da mãe de Joaquim.

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Ainda de acordo com o advogado, o padrasto nunca teria maltratado o menino. "Ele nunca castigou a criança, muito pelo contrário. Sempre tratou o Joaquim muito bem. É de se estranhar, porque em depoimentos anteriores a Natália sempre retratava isso com toda a propriedade. Bem como os familiares da Natália e até mesmo o pai do Joaquim retratou que o Guilherme tratava a criança com carinho", comenta.

Em relação às brigas e ameaças do casal, Oliveira afirma que Guilherme revelou em depoimento que não era um homem ciumento, até porque Natália não daria motivos para tal. O advogado confirma, no entanto, uma menção à ameaça de morte, que ele classifica que foi feita no sentido figurado. "Em relação às desavenças do casal, ele retrata isso no depoimento. Ele estava com muita raiva, e falou: olha, se você fizer isso eu vou te matar. Mas não no sentido literal. No sentido figurado", explica.

A tentativa de suicídio com comprimidos também foi confirmada pelo advogado de Longo. "O medicamento que ele estava tomando foi por indicação do médico. É uma droga utilizada para induzir ao sono. Ele estava usando regularmente. Só o fato que ocorreu de domingo [3 de novembro] para segunda [4 de novembro] que ele, em desespero, tomou essa quantidade em maiores comprimidos", conclui.

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Linha de investigação
Joaquim Ponte Marques, de 3 anos, desapareceu de dentro da casa da família, na madrugada de 5 de novembro, em Ribeirão Preto (SP). O corpo foi encontrado cinco dias depois, boiando no Rio Pardo. Ele foi enterrado na segunda-feira (11) em São Joaquim da Barra (SP).

A mãe de Joaquim, Natália Ponte, e o padrasto dele, Guilherme Longo, estão presos temporariamente, suspeitos de envolvimento no sumiço e na morte da criança. Eles alegam inocência.

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O promotor do caso, Marcus Túlio Nicolino, afirmou que a polícia e o Ministério Público continuam trabalhando com ‘a linha de que o assassino estava dentro da casa’.

Guilherme Longo e Natália Ponte negam envolvimento na morte de Joaquim. Entretanto, Natália revelou nos três depoimentos que prestou após a prisão que sofria agressões e ameaças por parte do marido, além dos ciúmes que Longo sentia do enteado. O padrasto nega as afirmações e diz que eles tinham apenas brigas corriqueiras. Nicolino disse que a realização de uma acareação entre Natália e Longo não deve acontecer nesse momento de investigações.

Desde o início das investigações, a Polícia Civil obteve imagens registradas por câmeras de segurança instaladas na rua onde fica a casa da família de Joaquim e próximo à casa do pai de Guilherme, Dimas Longo. Segundo o delegado, Dimas saiu de carro da casa dele, na madrugada do desaparecimento de Joaquim, e retornou algum tempo depois. As imagens ainda estão sendo analisadas pela polícia.

O promotor afirmou que, na semana passada, a polícia obteve um vídeo – também gravado na madrugada do sumiço do menino – que mostra um homem carregando um objeto que se parece com uma sacola grande, andando pela rua da casa da família. As imagens não foram divulgadas pela polícia, mas já foram incluídas no inquérito. A polícia aguarda ainda o resultado dos laudos toxicológicos feitos no corpo do menino.

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