SÃO PAULO, SP, 31 de outubro (Folhapress) - O Google manifestou indignação com as revelações de que a NSA (Agência Nacional de Segurança americana) havia grampeado cabos de fibra ótica da companhia situados fora dos EUA, conforme documentos vazados por Edward J. Snowden, ex-funcionário da NSA, e publicados ontem pelo jornal "Washington Post".
"Sempre estivemos preocupados com a possibilidade desse tipo de espionagem, motivo pelo qual continuamos a estender a criptografia entre mais e mais serviços e links do Google", disse David Drummond, chefe de aspectos legais da empresa americana, por meio de um comunicado.
"Não provemos a qualquer governo, incluindo o americano, com acesso a nossos sistemas. Estamos ultrajados com o quão longe o governo [dos EUA] parece ter ido para interceptar dados de nossas redes privadas de fibra [ótica], e isso sublinha a necessidade de reforma urgente", continuou.
Em nota, a NSA não falou diretamente sobre o assunto, mas disse que havia se focado em captura de dados "estrangeiros", segundo o "New York Times". Também disse não ser verdade que estaria coletando "vastas quantidades" de dados de americanos por meio desse método.
Segundo os documentos que vieram à tona, a NSA interceptou texto, áudio, vídeo e outras informações provenientes de centenas de milhões de contas de usuários, muitos dos quais eram americanos, por meio do grampo. Além do Google, cabos do Yahoo! teriam sido espionados.
A ferramenta para a exploração dos dados, chamada de Muscular, seria operada em parceira com a agência de espionagem britânica GCHQ.
No mesmo dia das revelações, o Google e o Yahoo! disseram não saber dessa captura de dados.
A revelação aconteceu horas depois de uma delegação da inteligência alemã ter aterrissado em Washington para conversar com a Casa Branca sobre as alegações de grampo do celular de Angela Merkel, chanceler da Alemanha.
Isso vem gerando uma crise diplomática de grande magnitude. O primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, disse que, caso seja verdade que a Espanha também foi alvo de espionagem, isso seria "inapropriado e inaceitável entre parceiros."
A ONU disse que recebeu confirmações de que não era espionada pela agência de inteligência americana, diz a BBC.
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