Promotores do Ministério Público (MP) da Bahia e equipes do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e de Investigações Criminais (Gaeco) estão em Vitória da Conquista hoje para cumprir dez mandados de prisão preventiva contra policiais militares e outros 37 mandados de busca e apreensão. Nove agentes e um tenente da Polícia Militar (PM) são acusados de envolvimento na série de crimes registrados no município após o assassinato do soldado Marcelo Márcio Lima, em 28 de janeiro.
Segundo o MP, a prisão preventiva dos PMs foi decretada pelo juiz da comarca de Vitória da Conquista, Reno Soares. Também foram concedidos 37 mandados de busca e apreensão de armas e munições, além de objetos e documentos que possam auxiliar as investigações.
De acordo com a decisão judicial, indícios apontam que os assassinatos ocorridos na cidade em janeiro foram cometidos em atividade típica de grupo de extermínio. O MP havia pedido a prisão de 37 policiais militares, mas o juiz Reno Soares entendeu que havia indícios suficientes de autoria apenas contra dez. Em relação aos demais, ele justificou em sua decisão que, "quanto à participação deles nos delitos, outras provas precisariam ser produzidas".
As investigações começaram com uma série de sequestros e mortes em Vitória da Conquista, após o homicídio do policial Marcelo Lima. Durante dois dias, casas foram invadidas e várias pessoas foram vítimas de agressão e sequestro, sendo que 11 delas foram executadas e três jovens continuam desaparecidos.
A força-tarefa do MP ouviu cerca de 30 testemunhas, solicitou a exumação de cinco corpos de vítimas para retirada das balas e a micro-comparação balística dos projéteis e reuniu provas e depoimentos que indicavam a participação de policiais militares nos crimes. Pelo menos quatro deles foram reconhecidos por vítimas e testemunhas.
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