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Fungo obriga biblioteca de PG a incinerar 20 mil livros

Falta de espaço, problemas de armazenamento e umidade. Esses foram os três fatores que levaram ao descarte de 20 mil dos 35 mil livros da Biblioteca Pública Municipal Professor Bruno Enei, em Ponta Grossa. Depois de dois laudos – um da Universidade Estadu

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 05.09.2013, 11:39:00 Editado em 27.04.2020, 20:25:10
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Falta de espaço, problemas de armazenamento e umidade. Esses foram os três fatores que levaram ao descarte de 20 mil dos 35 mil livros da Biblioteca Pública Municipal Professor Bruno Enei, em Ponta Grossa. Depois de dois laudos – um da Universidade Estadual de Ponta Grossa e outro da Biblioteca Pública do Paraná (BPP) –, que comprovaram a existência de fungos nos livros, todos os exemplares contaminados serão incinerados até o fim do mês.

A destruição dessas obras, segundo a coordenadora da biblioteca, Gisele França, é consequência de mais de 70 anos sem um espaço próprio. Ela conta que, desde que a biblioteca foi inaugurada, em 1940, já passou por 11 locais diferentes. “Cada mudança gera grande prejuízo a todo o acervo”.

Mas foi em seu último endereço, a Estação Saudade, que a situação se agravou. A umidade e o pouco espaço para armazenar as obras resultaram na proliferação de dois tipos de fungos – Rhodotorula spp e Fusarium spp, ambos contagiosos e prejudiciais ao papel e à saúde humana.

Histórico

A biblioteca se mudou para a Estação Saudade em 2004, em caráter provisório e acabou permanecendo no local até dezembro de 2012, quando o prédio, construído especificamente para abrigar o acervo, ficou pronto.

A coordenadora da biblioteca conta que os livros sempre receberam processo de higienização padrão. Mesmo assim, não foi possível evitar a contaminação das obras. A decisão de descartar os títulos só foi tomada depois que todos os 35 mil exemplares passaram por um processo de descontaminação. Entretanto, nem todos foram salvos. “Ainda havia a possibilidade de fazer um ‘banho de restauro’, mas é muito caro e não compensava, já que se trata de obras facilmente encontradas em sebos a preços menores”, lembra. Cada banho pode custar cerca de R$ 250 por obra.

“Infelizmente, algumas obras estavam contaminadas e foram condenadas pelo ambiente muito úmido”, explica Vilma Gural Nascimento, assessora técnica da BPP.

Os livros contaminados ficaram armazenados na Estação Saudade até a última terça-feira, quando foram removidos para o barracão do Instituto Brasileiro do Café de Ponta Grossa (IBC). A previsão é de que as obras sejam incineradas até o final do mês.

Riscos

Fungos podem causar doenças do coração, viroses e lesões na pele

Os dois tipos de fungos encontrados no acervo da Biblioteca Municipal Professor Bruno Enei, são contagiosos e prejudiciais à saúde. O Rhodotorula spp tem uma contaminação mais difícil, mas pode provocar algumas doenças como endoctardite (infecção que atinge parte da membrana que encobre as válvulas cardíacas e que pode atingir várias partes do coração), meningite, ventriculite e infecções na corrente sanguínea. Já o Fusarium spp é mais brando, entretanto tem um contágio mais fácil. Quem tiver contato com o fungo pode sofrer com infecções como viroses e lesões cutâneas.

A remoção do material da Estação para o barracão do IBC foi realizada com uso de luvas e máscaras para evitar a contaminação. O fungo estava na parede da Estação e atingiu todo o acervo. Já a mobília, que também foi retirada do prédio, será reaproveitada.

Livros foram substituídos, diz responsável

A coordenadora da Biblioteca Pública Bruno Enei, Gisele França, afirma que o número de livros perdidos com a contaminação já foi recuperado. Segundo ela, desde que foi confirmado o descarte de títulos – como enciclopédias, literatura e livros técnicos – a biblioteca começou um trabalho de resgate com doações e compra dos exemplares perdidos e de novos títulos. “Viemos para este espaço com 15 mil exemplares. Já estamos com 50 mil e nossa capacidade é 80 mil livros”.

Gisele reconhece que a queima das publicações poderia ter sido evitada, e diz que isso não deve se repetir. “Agora temos um local apropriado, com ventilação, espaço para armazenar adequadamente as obras.”

Todos os livros da biblioteca, segundo ela, passam regularmente por um processo de higienização. Além da limpeza das prateleiras, sempre que uma obra é devolvida há uma limpeza com produtos específicos.

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