Por Diogo Bercito
JERUSALÉM, ISRAEL, 31 de agosto (Folhapress) - O discurso de Barack Obama, presidente dos EUA, foi recebido por insurgentes sírios com desapontamento, após afirmar que uma intervenção militar poderá ser postergada por mais de uma semana.
O Exército Livre da Síria, que combate as forças leais ao ditador Bashar al-Assad, afirmou que o atraso na possível ação americana irá prejudicar as posições rebeldes.
É esperado que, ao danificar bases aéreas do Exército sírio, impedindo o reabastecimento de caças, os EUA deem vantagem estratégica a rebeldes contra a ditadura. A Coalizão Nacional Síria, por sua vez, afirmou ter sido "surpreendida" pela decisão do presidente dos EUA. "A matança vai continuar na Síria, devido ao fracasso da liderança americana", disse o porta-voz Louay Safi em entrevista à rede Al Jazeera.
"Quando eu ouvi que ele iria fazer discurso, pensei que anunciaria a punição do regime brutal [de Assad]."
Usuários do Twitter sediados em países árabes publicavam, durante o discurso, uma série de críticas a Obama. "Assad não pediu a autorização do partido Baath para matar centenas de crianças com armas químicas", por exemplo, em referência à consulta que deve ser feita ao Congresso americano.
Outros usuários notavam, com ironia, que Obama vinha sendo criticado por sua aparente decisão de atacar a Síria. Agora, ele é questionado pela demora em fazê-lo.
Israel
Em Israel, a notícia de que a possível intervenção não é imediata foi recebida com alívio. O país, de posição neutra no conflito, teme ser tragado a embates por disparos de foguetes vindos, por exemplo, de militantes libaneses ou do regime sírio.
As Forças de Defesa de Israel têm tomado uma série de medidas preventivas, como o deslocamento de três baterias anti-aéreas às fronteiras ao norte do país. Um grupo limitado de reservistas foi recrutado, e blindados eram vistos movimentando-se.
O temor de um ataque químico ao território israelense levou cidadãos a lotar filas de distribuição de máscaras de gás. A entrega do item é feita com regularidade em Israel, mas as notícias quadruplicaram a procura.
Os preparativos seguem intensos na Síria, onde é esperado que haja uma série de bombardeios americanos. Moradores estocavam mantimentos ou deixavam as cidades próximas de bases militares. Turistas também deixaram o vizinho Líbano, devido ao receio de que venha a haver um conflito regional.
Escrito por Da Redação
Publicado em 31.08.2013, 17:33:00 Editado em 27.04.2020, 20:25:22
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