O governo do Rio de Janeiro lançou um programa que pretende aumentar em 127% o número de doadores de órgãos e contornar as falhas dos hospitais da rede pública, que dificultam as operações de transplantes no Estado. Entre as medidas anunciadas pelo governador Sérgio Cabral e pelo secretário de Saúde, Sérgio Côrtes, estão o credenciamento de cinco hospitais privados, que passam a atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde), a criação de uma central para coordenar os procedimentos de transplante e a remuneração suplementar dos profissionais que realizam as operações.
Atualmente, o Rio tem uma média de 4,4 doadores de órgãos por milhão de habitantes, quase metade da média nacional, de 8,7 por milhão. Em Santa Catarina e São Paulo, considerados modelos de captação, as taxas chegam a 19,8 e 16,9, respectivamente. A meta do governo do Rio é chegar ao fim do ano com a taxa de 10 doadores por milhão de habitantes.
Para estimular doações e captações de órgãos, o Programa Estadual de Transplantes (PET) deslocou equipes especializadas para os principais centros de trauma da rede hospitalar estadual e estabeleceu uma remuneração suplementar para os envolvidos nas operações. Segundo Côrtes, os profissionais são chamados até nos finais de semana e madrugadas para a captação de órgãos.
- A realização dos transplantes passam a ter mais um incentivo.
Uma nova central vai coordenar a lista única de transplantes do Estado e manter contato permanente com as equipes responsáveis pela captação de órgãos. Segundo o coordenador dessa central, Eduardo Rocha, será como "uma 'torre de controle' para acompanhar a situação nos hospitais".
Além de tentar estimular as doações, o PET também pretende reduzir o tempo de espera nas filas a partir da ampliação da rede credenciada pelo SUS para a realização de transplantes. A partir de agora, os hospitais particulares São Vicente de Paulo, Quinta D'Or (ambos na zona norte da capital), Barra D'Or (zona oeste), Hospital Adventista Silvestre (zona sul) e Hospital de Clínicas de Niterói (na região metropolitana) passam a receber pacientes da fila de transplantes que não puderem ser operados na rede pública.
Segundo o secretário de Saúde do Estado, as filas continuarão existindo nos hospitais públicos, mas, caso haja problemas no centro cirúrgico ou na equipe, o paciente poderá ser operado num dos hospitais privados.
- No passado, se o hospital público não tinha condições de operar, o órgão era oferecido ao paciente de um hospital privado. Isso acabou.
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