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Procuradoria ordena prisão do líder da Irmandade Muçulmana

SÃO PAULO, SP, 10 de julho (Folhapress) - A Procuradoria-Geral do Egito voltou a ordenar hoje a prisão do líder religioso da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie. Desta vez, ele é acusado de incitar à violência durante o protesto em frente à Guarda Repub

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 10.07.2013, 12:19:00 Editado em 27.04.2020, 20:27:37
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SÃO PAULO, SP, 10 de julho (Folhapress) - A Procuradoria-Geral do Egito voltou a ordenar hoje a prisão do líder religioso da Irmandade Muçulmana, Mohamed Badie. Desta vez, ele é acusado de incitar à violência durante o protesto em frente à Guarda Republicana, na última segunda.

As manifestações foram convocadas após um discurso de Badie, na última sexta, em que pediu mais pressão dos islamitas contra a deposição do presidente deposto Mohamed Mursi. Os protestos acabaram em confronto com os militares, que deixou 55 mortos e mais de 300 feridos.

Este é o segundo mandado de prisão contra o líder religioso. O primeiro foi feito na quinta passada, quando ele foi acusado de incitar a morte de oito manifestantes liberais durante a invasão à sede da Irmandade Muçulmana, no Cairo, em 30 de junho.

Além dos dois, outros altos integrantes da Irmandade também tiveram prisão decretada, incluindo o vice de Badie, Mahmoud Ezzat, e os outros líderes do partido Essam El-Erian e Mohamed El-Beltagi, que também comandam o braço político do movimento, o Partido Liberdade e Justiça.

Na semana passada, cerca de 250 membros da entidade receberam ordem de prisão por envolvimento nas mortes na invasão da sede da Irmandade. Já o presidente Mohamed Mursi foi proibido de sair do país após ser acusado de "insultar o Poder Judiciário", após acusar os juízes de apoiarem a ditadura de Hosni Mubarak.

Oferta de ministérios

O Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana, rejeitou hoje a oferta do governo interino do Egito de entregar ministérios para o movimento, ao qual pertence o presidente deposto Mohamed Mursi.

Assim como em outras ocasiões, a entidade rejeitou as propostas do presidente Adly Mansur, que considera ilegítimo. Desde que Mursi foi retirado pelos militares, há uma semana, os islâmicos fazem protestos em todo o país.

Algumas dessas manifestações terminaram com violência, sendo a mais grave delas na última segunda, quando 55 pessoas morreram e mais de 300 ficaram feridas.

Hoje o primeiro-ministro interino, Hazem el-Beblawi, ofereceu ministérios aos integrantes do movimento. Porém, o membro do comitê legislativo da agremiação Gamal Tag el-Din disse que "não pretendem cooperar com um regime ilegítimo que chegou (ao poder) após um golpe".

"É possível que o regime nos peça para negociar depois de terem cometido um massacre terrível, enquanto os manifestantes apenas rezavam diante da Guarda Republicana?", indagou El Din, em referência às mortes ocorridas nos protestos de segunda.

O plano proposto pelo governo interino prevê, sobretudo, a aprovação de uma nova Constituição por referendo, após emendas, e a realização de eleições legislativas no início de 2014. Durante a transição, o país permanecerá sob comando do presidente interino Adly Mansour.

Além da oferta à Irmandade Muçulmana, Beblaui ainda abriu a possibilidade de entregar ministérios ao partido salafista Al Nour, que apoia o governo de transição. As concessões são vistas como uma forma de dar mais representatividade aos islâmicos, que questionam a legalidade do governo interino.

O porta-voz do Al Nour, Nader Bakkar, disse hoje que o grupo não aceitará os cargos no novo gabinete, mas que dará "consentimento e conselhos para ajudar o gabinete a passar pelo período de transição o mais rápido possível, com o mínimo de danos".

Embora respaldem a administração, os salafistas não pretendem entrar no governo até que os militares e a Justiça reconheçam suas responsabilidades pela violência que aconteceu durante os protestos a favor de Mursi. Os militares dizem que a ação foi provocada por "terroristas infiltrados".

Mais cedo, o governo interino disse que o critério para a escolha dos novos ministros será o profissionalismo. O porta-voz da Presidência, Ahmed el-Moslimani, disse que o presidente interino defende a reconciliação nacional da sociedade egípcia mediante a uma iniciativa que leva por título "Um só povo" (Umma).

Além dos islâmicos, o plano também foi rejeitado ontem pela principal coalizão laica do Egito, a Frente de Salvação Nacional. Hoje o grupo diminuiu o tom e disse que apresentará as próprias emendas.

Um dos principais líderes do grupo, o Prêmio Nobel da Paz Mohamed el-Baradei, é o novo vice-presidente. Mesmo assim, mostrou sua oposição à falta de consultas e disse que proporá as próprias emendas. O movimento Tamarrod, que organizou os protestos que terminaram na queda de Mursi, fez críticas similares.

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