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Estudante atropelado em Teresina é a 16ª vítima de manifestações no país

Por Yala Sena TERESINA, PI, 7 de julho (Folhapress) - Um estudante de 14 anos que havia sido atropelado durante um protesto pela redução do preço da passagem de ônibus em Teresina (PI) morreu na noite de hoje após ficar dez dias internado na UTI. Paulo

Da Redação

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Publicado em 07.07.2013, 18:58:00 Editado em 27.04.2020, 20:27:43
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Por Yala Sena

TERESINA, PI, 7 de julho (Folhapress) - Um estudante de 14 anos que havia sido atropelado durante um protesto pela redução do preço da passagem de ônibus em Teresina (PI) morreu na noite de hoje após ficar dez dias internado na UTI.

Paulo Patrick Silva de Castro havia sofrido traumatismo no crânio e fraturas nos braços e pernas após ser atingindo por um táxi durante manifestação no dia 26 de junho.

O ato pedia a redução da tarifa de ônibus de R$ 2,10 para R$ 1,75 na capital do Piauí, além de passe livre para estudantes e trabalhadores desempregados.

Por volta das 20h de ontem, a equipe médica do Hospital São Paulo, em Teresina, atestou a morte cerebral do adolescente. Trata-se da 16ª morte decorrente de protestos realizados em todo o país nas últimas semanas.

"Ele lutou até o fim, mas nos últimos dias não estava reagindo ao tratamento. Sua pressão foi a zero e seu cérebro com a lesão estava deteriorando. Não havia mais jeito", disse emocionado Arthur Kauê de Castro, 16, irmão da vítima.

Arthur conta que o sonho do irmão era ir para a seleção brasileira de handebol. Paulo era estudante secundarista e atleta do time de handebol do colégio Caic Balduíno, em Teresina.

A família anunciou hoje a doação dos órgãos (córnea, rim, fígado e coração). Por isso, o sepultamento do estudante só será realizado amanhã.

Atropelamento

Paulo foi atropelado no momento em que o protesto do qual participava interditou a ponte Juscelino Kubitschek, principal via de ligação entre as avenidas Frei Serafim a João 23.

Um grupo de cem estudantes fechou a ponte e, no meio do corre-corre após confronto com a tropa de choque da Polícia Militar, Paulo foi atingido por um táxi no momento em que tentava passar de uma pista para a outra, segundo a Polícia Rodoviária Federal. A Polícia Civil abriu inquérito e ainda investiga se o atropelamento foi acidental.

No mesmo dia, outro estudante foi esfaqueado na avenida Frei Serafim durante as manifestações em Teresina. Ele foi socorrido e passa bem.

Ao longo das últimas semanas, os protestos que ocorreram no Estado resultaram no apedrejamento do Palácio de Karnak, sede do Executivo estadual, além da Câmara Municipal.

Até agora, 26 pessoas foram detidas e seis respondem por crime de lesão corporal, danos ao patrimônio público e corrupção de menores. Quatro pessoas foram feridas em confrontos, entre eles dois policiais militares.

Mortes em protestos

Além de Paulo, pelo menos outras 15 pessoas morreram no país em decorrência de protestos realizados por diferentes grupos, com pautas de reivindicações variadas.

Cinco mortes --uma no Rio Grande do Sul e quatro na Bahia-- tiveram relação direta com os protestos de caminhoneiros que interditaram rodovias na semana passada para pedir, entre outras coisas, redução no preço de pedágios e do combustível.

A demais mortes ocorreram em protestos na parte mineira da rodovia Fernão Dias (5), em Belo Horizonte (1), em Ribeirão Preto (1), em Belém (1) e numa rodovia perto do município goiano de Cristalina (2). A Polícia Civil de Minas Gerais ainda investiga outra morte que pode ter relação com protestos.

Na quinta-feira, um menino morreu após ter sido baleado na cabeça três dias antes em Santa Luzia (região metropolitana de Belo Horizonte). Ele foi atingido supostamente por um PM aposentado. A polícia diz que o suposto autor do disparo atirou para dispersar manifestantes que protestavam pela melhoria da coleta do lixo nas proximidades da casa do PM.

Os vizinhos, no entanto, dizem que na rua onde o menino foi baleado não havia protesto e que o tiro foi disparado contra crianças que jogavam bombinhas na rua.

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