Por Fábio Zanini, Enviado especial
PRETÓRIA, ÁFRICA DO SUL, 28 de junho (Folhapress) - Uma manifestação convocada por sindicatos e ativistas de esquerda passou na noite de ontem pelo centro da capital da África do Sul, Pretória, para protestar contra a chegada do presidente dos EUA, Barack Obama, programada para a noite de hoje.
Havia cerca de mil pessoas na caminhada que terminou em frente à embaixada americana. Muitos era pertencentes a organizações que apoiam ou fazem parte do governo, o anfitrião de Obama. Mas isso não impediu os manifestantes de gritar palavras de ordem e mostrar cartazes com mensagens fortes de repúdio ao americano.
"Não, você não pode...escutar nossas conversas", dizia um deles, parodiando o slogan de campanha de Obama ("sim, nós podemos") e fazendo referência ao recente escândalo de monitoramento de telefones e emails pelo governo americano.
Diversos muçulmanos participaram da manifestação, que não teve incidentes. Vestindo véu islâmico, a urbanista Aatika Deedat mostrava um cartaz contra o uso de drones (aviões-robôs) pelo governo americano contra alvos em países como Iêmen e Paquistão.
"Eles matam como se fossem donos do mundo", disse ela. "Obama não fechou a prisão de Guantánamo, ele apoia Israel, toma diversas atitudes contra os muçulmanos. Não vejo diferença entre ele e [o ex-presidente George] Bush", afirmou.
Palavras de ordem foram gritadas contra a "exploração econômica" dos EUA e em defesa dos palestinos. Houve também vários cantos em apoio ao ex-presidente Nelson Mandela, que está internado em um hospital em estado grave perto da rota da marcha.
Na frente da manifestação, um grupo se vestiu com o uniforme laranja dos prisioneiros de Guantánamo, base em Cuba em que os EUA mantêm encarcerados suspeitos de terrorismo, num limbo jurídico. Obama já disse que quer fechar a prisão, mas até hoje não cumpriu a promessa.
"Obama não é bem-vindo aqui pela simples razão de que ele oprime as pessoas", afirmou um dos fantasiados, Lucky Maseko.
O presidente fará uma visita de três dias ao país, que tende a ser ofuscada pela preocupação com a saúde de Mandela. Ele não deve encontrar o líder antiapartheid, mas fará uma visita ao local onde ele ficou a maior parte do tempo preso, Robben Island, na Cidade do Cabo.
Escrito por Da Redação
Publicado em 28.06.2013, 12:38:00 Editado em 27.04.2020, 20:28:08
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