Por Reynaldo Turollo Jr.
SÃO PAULO, SP, 29 de maio (Folhapress) - Uma testemunha que encontrou o dentista queimado na segunda-feira em São José dos Campos (97 km de São Paulo) disse, em depoimento à polícia, ter ouvido do profissional que os ladrões se irritaram quando ele conseguiu sacar um celular do bolso e, por isso, atearam fogo nele.
De acordo com o delegado seccional de São José dos Campos, Leon Ribeiro, a testemunha -uma mulher que não quer ser identificada- conversou com o dentista enquanto aguardava o socorro.
Somente por meio dela a polícia teve acesso à versão do dentista, que afirmou que uma dupla encapuzada entrou no local para roubá-lo.
Por volta das 21h de segunda-feira, Alexandre Peçanha Gaddy, 41, estava sozinho no consultório, após o expediente, quando os criminosos teriam entrado. Segundo a versão apresentada por essa testemunha, eles teriam levado Gaddy ao banheiro, amarrado o dentista em uma cadeira e ateado fogo.
No banheiro, a polícia encontrou uma garrafa de álcool vazia e um isqueiro, além de documentos e cartões do dentista queimados no lixo.
A secretária do consultório também já foi ouvida pela polícia. Ela contou que saiu do trabalho às 17h30 e que o álcool usado na ação era do próprio consultório.
Segundo o delegado seccional, a polícia já obteve as imagens de uma câmera do COI (Centro de Operações Integradas), da prefeitura, e está trabalhando para melhorá-las, a fim de usá-las na identificação de possíveis suspeitos.
O dentista continua internado na ala de queimados da Santa Casa da cidade. Até a noite de ontem, ele estava em estado grave e corria risco de morrer, segundo a direção do hospital.
A principal linha de investigação da polícia é a de tentativa de latrocínio (roubo seguido de morte). Nada foi levado do consultório, mas uma hipótese dos policiais é que os ladrões tenham saído às pressas após Gaddy começar a gritar.
Policiais do DHPP -departamento de homicídios- da capital estiveram em São José dos Campos para ajudar nas investigações. Nenhuma possibilidade foi descartada: vingança, crime passional, latrocínio ou até tentativa de suicídio.
Outro caso
Esse é o segundo caso neste ano em que criminosos ateiam fogo em dentistas após tentativas de assalto a consultórios no Estado de São Paulo.
No dia 25 de abril, a dentista Cinthya Magaly Moutinho de Souza foi morta no consultório dela, na rua Copacabana, Jardim Anchieta, em São Bernardo do Campo (Grande SP). Ela também teve o corpo incendiado com álcool. A vítima morreu no local. Segundo a polícia, ela foi morta pois tinha apenas R$ 30 na conta bancária.
Os quatro criminosos foram presos na mesma semana que ocorreu o crime. Entre os assaltantes estava um adolescente de 17 anos que confessou à polícia ter ateado fogo na vítima.
Escrito por Da Redação
Publicado em 29.05.2013, 13:20:00 Editado em 27.04.2020, 20:29:33
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