SÃO PAULO, SP, 28 de maio (Folhapress) - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, criticou hoje o Ocidente por tomar ações que minam o diálogo sobre a crise na Síria e insistiu na presença do Irã no evento organizado por Moscou e Washington sobre o conflito, em junho.
As críticas de Lavrov são reveladas minutos após uma reunião dele com o secretário de Estado americano, John Kerry, em Paris. O encontro acontece um dia depois do fim do embargo da União Europeia para o envio de armas aos rebeldes sírios.
Para o chanceler russo, o término das restrições e a aprovação de uma resolução da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) contra o regime de Assad são indícios de ações de países ocidentais que dificultam a participação de representantes da oposição e do governo sírio.
"Uma série de ações que são realizadas, não sem participação e não sem o apoio de parceiros ocidentais, como os Estados Unidos e a França, estão servindo para minar a ideia de convocar uma conferência", disse, em entrevista a agência de notícias russas.
De forma indireta, o ministro chamou a resolução da ONU de "unilateral e arrogante". "Enquanto houver ações que dificultem a ideia de uma conferência, ou se o ambiente está carregado desse tipo de ações, nós não podemos falar sobre esse tipo de evento".
Lavrov ainda defendeu a participação do Irã no diálogo, que encontra resistência principalmente de França e Reino Unido pelo apoio dado pela República Islâmica ao regime de Assad. "A presença do Irã é chave para nós. Sem dúvida alguma é uma das nações mais importantes neste encontro".
Data
Segundo diplomatas questionados pela agência de notícias Reuters, a conferência de Moscou e Washington sobre Síria deverá acontecer em 15 e 16 de junho, em Genebra, às vésperas do encontro do G8 em Belfast, na Irlanda do Norte, nos dias 17 e 18.
No entanto, o encontro deverá acontecer apenas se houver um projeto com elementos comuns para um plano de paz e de transição ao país. A última reunião entre os membros do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria foi na cidade suíça, em 30 de junho do ano passado.
Na reunião, convocada pelo então enviado especial à Síria, Kofi Annan, ficou definido um plano de transição com a participação de integrantes do regime e da oposição no governo. Porém, a proposta foi fechada com uma série de divergências, a mais importante delas sobre a saída do ditador Bashar al-Assad.
Enquanto a Rússia e a China não colocavam o tema como condição, Estados Unidos, França e Reino Unido exigiam a queda do ditador. O plano não foi acolhido nem pelo regime nem pela oposição, e os confrontos em território sírio continuaram.
Segundo a ONU, mais de 80 mil pessoas morreram na Síria desde o início do embate entre o governo e os rebeldes, em março de 2011.
Escrito por Da Redação
Publicado em 28.05.2013, 14:53:00 Editado em 27.04.2020, 20:29:36
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