SÃO PAULO, SP, 27 de maio (Folhapress) - Representantes dos 27 países da União Europeia se reúnem hoje para debater o fim do embargo do bloco ao envio de armas à Síria, como uma forma de autorizar o fornecimento de armas aos rebeldes. A decisão, no entanto, ainda encontra a resistência de diversos países.
Os principais defensores da entrega de armamento à oposição ao ditador Bashar al-Assad são Reino Unido e França, únicos integrantes do bloco que são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. A posição foi defendida na reunião pelo chanceler britânico, William Hague.
Para ele, cada país europeu pode ter sua própria política de sanções caso não se chegue a um acordo geral. "É importante mostrar que estamos dispostos a alterar nosso embargo de armas para que o regime de Assad receba um sinal claro de que tem que negociar a sério", disse.
A hipótese de armar a oposição síria também foi respaldada pelo ministro das Relações Exteriores da Espanha, José Manuel García-Margallo. Porém, ele prefere que a decisão seja tomada após a conferência dos membros permanentes do Conselho de Segurança sobre a Síria, que deve acontecer em junho, em Genebra.
"Propomos que a decisão seja um elemento de pressão para a negociação e para dar oportunidade ao diálogo. Esse fornecimento de armas deve ser feito caso por caso, para evitar que caiam em mãos erradas."
Maior economia da região, a Alemanha concorda com o fim do embargo, embora defenda uma posição comum de todo o bloco. "Hoje vai ser um dia de negociações difíceis", disse o ministro das Relações Exteriores Guido Westerwelle.
A medida, no entanto, encontra a resistência de Áustria, Dinamarca, Suécia e Finlândia. Os europeus precisam tomar uma decisão sobre os embargos à Síria até sexta-feira, quando vence o prazo das sanções atualmente em vigor.
Divisão
Enquanto o fornecimento de armas é discutido pelos membros da União Europeia, a oposição síria ainda dá sinais de divisão.
Hoje, fracassou a votação que incluiria mais membros na cúpula da Coalizão da Oposição Síria. Após quatro dias de negociações, apenas oito de 22 novos participantes foram aceitos pelos atuais integrantes do grupo.
Opositor histórico do regime, Michel Kilo, um intelectual marxista e laico, procedente de uma família cristã, foi uma das personalidades admitidas na coalizão. No entanto, outros membros liberais foram rejeitados pelo grupo, formado majoritariamente por sunitas da Irmandade Muçulmana.
A falta de consenso coloca em dúvida a participação do grupo nas negociações com o regime de Assad. Apoiada por Arábia Saudita, Qatar e países ocidentais, a coalizão foi criada em novembro, em substituição a outra união política que fracassou.
Escrito por Da Redação
Publicado em 27.05.2013, 09:39:00 Editado em 27.04.2020, 20:29:41
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