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Suspeito de matar soldado britânico foi preso em 2010

Um dos suspeitos do assassinato de um soldado do Exército britânico em um subúrbio de Londres, na semana passada, foi preso no Quênia em 2010, quando aparentemente se preparava para juntar-se a uma organização somali que tem vínculos com a organização ter

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 26.05.2013, 18:48:01 Editado em 27.04.2020, 20:29:41
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Um dos suspeitos do assassinato de um soldado do Exército britânico em um subúrbio de Londres, na semana passada, foi preso no Quênia em 2010, quando aparentemente se preparava para juntar-se a uma organização somali que tem vínculos com a organização terrorista Al Qaeda. A informação foi divulgada neste domingo em Nairóbi pelo chefe da unidade antiterrorismo da polícia queniana, Boniface Mwaniki.

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Na época, Michael Adebolajo, 28, portador de passaporte britânico, foi transferido à custódia de autoridades do Reino Unido no Quênia. Ele e outro suspeito do assassinato ocorrido na última quarta-feira, Michael Adebowale, 22, estão detidos sob guarda armada em dois hospitais londrinos; ambos levaram tiros de policiais antes de ser presos.

A Polícia Metropolitana de Londres informou que um nono suspeito de conspirar para assassinar o soldado Lee Rigby, 25, um veterano da ocupação do Afeganistão que foi atropelado e esfaqueado na rua perto de seu quartel. A polícia revelou apenas que o suspeito tem 22 anos de idade. Dos outros sete suspeitos, dois foram liberados após interrogatório e um foi liberado sob fiança. Até este domingo, ninguém foi formalmente acusado.

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Segundo Mwaniki, Adebolajo e outros cinco homens foram detidos perto da fronteira entre o Quênia e a Somália em 2010. A polícia queniana acredita que eles pretendiam juntar-se à organização guerrilheira islâmica somali Al-Shabab. Um vídeo exibido por uma emissora queniana mostra alguém que parece ser Adebolajo depondo durante uma audiência em um tribunal na cidade de Mombasa em 23 de novembro de 2010. "Essas pessoas estão nos maltratando. Somos inocentes. Acreditem em mim", diz o depoente. Os seis acabaram sendo liberados pelo tribunal.

Mwaniki disse que Adebolajo foi deportado do Quênia depois de sua prisão em 2010. Um porta-voz do governo queniano disse que o suspeito usava outro nome ao ser preso e foi encaminhado à Justiça do país antes de ser entregue às autoridades britânicas.

"O governo do Quênia prendeu Michael Olemindis Ndemolajo. Nós o entregamos a agentes britânicos de segurança no Quênia e ele parece ter encontrado seu caminho para Londres. O governo queniano não pode ser responsabilizado pelo que aconteceu com ele depois de nós o entregarmos às autoridades britânicas", afirmou o porta-voz do governo, Muthui Kariuki. Segundo ele, Adebolajo é portador de um passaporte britânico, mas o governo do Quênia não tem como confirmar se o documento é autêntico.

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Indagada sobre se agentes de segurança e funcionários da embaixada britânica em Nairóbi interrogaram Adebolajo no Quênia em 2010, uma porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido disse: "Podemos confirmar que um cidadão britânico foi preso no Quênia em 2010. O Ministério forneceu assistência consular, como é normal no caso de cidadãos britânicos". Ela não esclareceu o que aconteceu a Adebolajo depois daquilo.

Familiares do soldado Rigby visitaram neste domingo a rua onde ele foi morto, perto do quartel do Exército em Woolwich. Eles depositaram flores ao lado de outros tributos deixados no quartel. O assassinato de Ribby horrorizou o público, em parte porque o crime foi divulgado em tempo real por transeuntes que usaram as câmeras de seus telefones celulares. Um vídeo retransmitido pela televisão britânica mostrava um dos suspeitos com as mãos ensanguentadas, segurando uma faca e uma machadinha e fazendo declarações políticas ao lado do corpo do soldado.

Líderes de grupos muçulmanos no Reino Unido disseram que o homem que aparece naquele vídeo é Adebolajo. Eles o descreveram como um convertido ao Islã que costumava participar de manifestações em Londres organizadas pela organização radical Al-Muhajiroun. Esse grupo, que se tornou conhecido por organizar um evento para comemorar os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 nos EUA, foi banido no Reino Unido em 2010.

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Mais de 20 integrantes do Al-Muhajiroun foram presos sob acusações relacionadas a terrorismo, entre elas um plano fracassado para explodir uma bomba no clube noturno londrino Ministry of Sound e outro contra um quartel do Exército em Londres.

Abu Nusaybah, amigo de Adebolajo, disse em entrevista à BBC que o suspeito teria ficado perturbado depois de sofrer abusos por parte das forças de segurança do Quênia quando foi preso lá. Nusaybah foi preso por um esquadrão antiterrorismo da polícia do lado de fora dos estúdios da BBC, em Londres, logo depois de dar a entrevista, na noite de sexta-feira. A polícia disse neste domingo que prorrogou sua detenção até 31 de maio.

Em Nairóbi, Mwaniki negou as acusações de abuso e afirmou que na época não surgiu nenhuma indicação de que Adebolajo e os outros suspeitos tivessem sofrido qualquer abuso. Segundo o policial queniano, dezenas de jovens estrangeiros são presos a cada ano ao tentar atravessar a fronteira com a Somália para juntar-se aos guerrilheiros do Al-Shabab. Esse grupo, que chegou a controlar Mogadício, a capital da Somália, entre 2007 e 2011, ainda domina algumas áreas na região centro-sul do país.

De acordo com um relatório sobre terrorismo divulgado em agosto do ano passado pelo Departamento de Estado dos EUA, o Al-Shabab mantém vários campos de treinamento para terroristas estrangeiros no sul da Somália; alguns dos jovens que treinaram lá seriam norte-americanos. Em 2010, o então chefe do serviço britânico de contraespionagem, o MI-5, Johathan Evans, disse que "um número significativo de britânicos" estava treinando nos campos do Al-Shabab na Somália. "Temo que seja apenas uma questão de tempo antes de vermos em nossas ruas terrorismo inspirado por aqueles que hoje estão lutando ao lado do Al-Shabab", afirmou Evans.

Neste domingo, um jovem de cerca de 20 anos de idade foi esfaqueado em Woolwich, perto do local onde o soldado Rigby foi morto. A notícia causou nervosismo entre os moradores da área, mas a Scotland Yard disse que o incidente não tem nenhuma relação com o crime ocorrido na quarta-feira. Um porta-voz informou que a vítima é um civil e que um homem foi preso por assalto. As informações são da Associated Press.

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