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Gravadora de Atlanta resgata história da música negra

Por Lucas Ferraz ATLANTA, EUA, 26 de maio (Folhapress) - Um capítulo pouco conhecido da história da música negra americana vem sendo resgatado e, pela primeira vez, está disponível no mercado em novas e caprichadas edições. Da música gospel do início d

Da Redação

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Publicado em 26.05.2013, 17:18:00 Editado em 27.04.2020, 20:29:42
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Por Lucas Ferraz

ATLANTA, EUA, 26 de maio (Folhapress) - Um capítulo pouco conhecido da história da música negra americana vem sendo resgatado e, pela primeira vez, está disponível no mercado em novas e caprichadas edições. Da música gospel do início do século passado aos músicos do sul dos EUA que só nos anos 2000 foram entrar em um estúdio, o trabalho feito por um jovem casal de Atlanta já foi reconhecido duas vezes com o Grammy.

Dust to Digital (da poeira à digitalização, em tradução literal) é o nome da gravadora criada em 1999 pelo administrador Lance Ledbetter, 36. Sua mulher, April, também é parceria no projeto. O objetivo, que Lance diz lutar para se manter fiel, é garimpar e colocar no mercado artistas e grupos marginais da música americana -do gospel, folk, jazz, blues e country. É um trabalho de redescoberta e preservação.

Lance começou a descobrir raridades da chamada música de raiz americana, como gospel e folk, produzida entre 1920 e 1950, quando apresentava um programa de música na rádio da Universidade Estadual da Georgia.

"Eram todas canções que você nunca encontraria numa loja. Foi aí que pensei em fazer algo para disponibilizar essas músicas", disse em entrevista à Folha de S.Paulo.

No outono de 2003, após quatro anos de trabalho, chegou às lojas "Goodbye, Babylon", o primeiro lançamento da Dust to Digital.

Em um caixa com seis CDs, acompanhado por um livreto de 200 páginas com uma pesquisa sobre os cantores e as composições, Lance reuniu 135 músicas do gospel americano gravadas originalmente em LPs de 78 rotações entre 1902 e 1960, além de 25 sermões cantados nas igrejas Batistas entre 1926 e 1941.

O material foi premiado com o Grammy de melhor contribuição histórica e pela edição de luxo.

À época, a compilação recebeu rasgados elogios do cantor Neil Young, que disse ter comprado uma para presentear o amigo Bob Dylan. A caixa é vendida por US$ 100 (R$ 200).

"Desde o começo sabíamos que nossos discos não seriam comerciais", disse Lance. "Nosso objetivo é unir música de alta qualidade e história, ao mesmo tempo educação e entretenimento".

Em menos de 15 anos de existência, a Dust to Digital já lançou mais de 25 coletâneas que recordam a história da música negra americana em diferentes vertentes e épocas.

Além da música dos EUA, a gravadora de Atlanta também já compilou canções e artistas de outras regiões do mundo, como o sudeste asiático e África.

Segundo Lance Ledbetter, seu desejo é continuar trabalhando para resgatar ad eternum, com a digitalização, músicas e artistas de tempos remotos, muitos já esquecidos.

Há um projeto nos EUA chamado Music Memory, que inclui historiadores de música e produtores como Lance, que já digitalizou mais de 10 mil gravações antigas ou perdidas, antes só disponíveis em LPs de 78 rotações.

Na semana que vem a Dust to Digital lançará seu mais recente projeto: um disco de vinil intitulado "Sorrow Come Pass me Around", sobre a música religiosa negra da zona rural, gravada informalmente, fora das igrejas, entre 1965 e 1973.

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