SÃO PAULO, SP, 23 de maio (Folhapress) - Dois dias após ser barrado pela comissão eleitoral de concorrer à Presidência do Irã, o ex-presidente Akbar Hashemi Rafsanjani, 78, acusou a cúpula do país de de incompetência e ignorância. Para ele, o impedimento foi uma resposta à popularidade de sua campanha.
A rejeição aconteceu após críticas de setores mais conservadores da política iraniana, que consideraram que o ex-presidente poderia defender reformas na República Islâmica. Com um discurso moderado, atraiu setores reformistas, cujos líderes acusaram o atual presidente, Mahmoud Ahmadinejad, de fraude no pleito de 2009.
Em reportagem publicada hoje pelo site oposicionista Kaleme, Rafsanjani disse a seus aliados que não se rebaixaria à campanha de ataques promovida por seus adversários. "Eu não quero rebaixar-me à propaganda deles, mas a ignorância é preocupante. Será que eles não entendem o que estão fazendo?"
O ex-presidente disse não ter notado uma comoção em torno de sua candidatura, mas disse que há sinais da insatisfação da população iraniana. Ele, no entanto, pediu calma a seus aliados. "Não devemos perder as esperanças. Haverá um dia em que eles virão [os defensores da reforma no Irã]."
Os comentários de Rafsanjani se somam ao conflito político entre os aliados aos grupos de liderança e a oposição, que foi marginalizada desde a agitação pós-eleitoral em 2009.
"Acho que o país não poderia ter sido pior governado, mesmo se houvesse planejamento com antecedência", disse Rafsanjani aos membros de sua equipe de campanha na quarta-feira, de acordo com reportagem do Kaleme.
Na terça, a comissão eleitoral, formada por clérigos e juristas islâmicos, considerou que Rafsanjani não pode participar da eleição. Dos 686 inscritos para a eleição, apenas oito foram aprovados. Analistas dizem que Rafsanjani foi desqualificado porque sua campanha se tornou muito popular e uma ameaça aos líderes.
O mesmo aconteceu com o candidato de Mahmoud Ahmadinejad, o ex-chefe de gabinete Esfandiar Rahim Mashaee, que disse que pretende recorrer ao líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, da decisão.
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.05.2013, 11:06:00 Editado em 27.04.2020, 20:29:51
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