MAIS LIDAS
VER TODOS

Geral

Anistia: continua alta incidência de violência no País

O capítulo dedicado ao Brasil do relatório 2013 da Anistia Internacional, lançado nesta quarta-feira, destaca que, em 2012, continuou alta a incidência de crimes violentos, torturas e outras violações de direitos humanos cometidos no País, sobretudo por a

Da Redação

·
Escrito por Da Redação
Publicado em 22.05.2013, 20:27:01 Editado em 27.04.2020, 20:29:52
Imagen google News
Siga o TNOnline no Google News
Associe sua marca ao jornalismo sério e de credibilidade, anuncie no TNOnline.
Continua após publicidade

O capítulo dedicado ao Brasil do relatório 2013 da Anistia Internacional, lançado nesta quarta-feira, destaca que, em 2012, continuou alta a incidência de crimes violentos, torturas e outras violações de direitos humanos cometidos no País, sobretudo por agentes do Estado. Para embasar a conclusão, o documento lista uma série de episódios, entre eles o aumento do número de homicídios e a desocupação da comunidade do Pinheirinho, no Estado de São Paulo; a constatação de torturas contra detentos e condições degradantes em presídios do Amazonas; e a continuidade da atuação de milícias (formadas por policiais corruptos) em diversas favelas do Rio de Janeiro. Por outro lado, a ONG também tece elogios a recentes avanços nessa área, como a instalação da Comissão Nacional da Verdade e políticas de redução da pobreza.

continua após publicidade

No item segurança pública, o relatório diz que "os Estados continuaram a adotar práticas policiais repressivas e discriminatórias para enfrentar a violência criminal armada, que matou dezenas de milhares de pessoas. Jovens negros do sexo masculino constituíram um número desproporcional dessas vítimas, sobretudo no Norte e Nordeste do País". O documento critica a continuidade do emprego das expressões "auto de resistência" ou "resistência seguida de morte" pelos Estados de São Paulo e do Rio para registrar homicídios cometidos pela polícia. Também comparou o aumento da quantidade de assassinatos em São Paulo em 2012 com a queda deste tipo de crime no Rio. Porém, o documento cita que milícias permanecem controlando favelas e ameaçando cidadãos em comunidades carentes cariocas.

No quesito tortura, a Anistia diz que constatou, em vistoria em presídios amazonenses em março de 2012, presos mantidos em "celas fétidas, superlotadas e inseguras. Mulheres e menores eram detidos nas mesmas unidades que os homens. Houve vários relatos de tortura, tais como sufocamento com sacola plástica, espancamentos e choques elétricos. A maioria dessas denúncias envolvia policiais militares do Estado".

continua após publicidade

O relatório cita ameaças e assassinatos de ativistas rurais, líderes comunitários e defensores dos direitos humanos em vários Estados. Também lista ameaças de remoções forçadas de comunidades indígenas e quilombolas por fazendeiros ou "projetos de desenvolvimento", como a construção de hidrelétricas na Amazônia. Em relação ao direito à moradia, a ONG afirma que moradores de favelas estão sofrendo remoções forçadas devido a obras de infraestrutura para a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. No item direito das mulheres, a Anistia critica decisão do Superior Tribunal de Justiça que absolveu um homem acusado de estuprar três meninas de 12 anos alegando que elas seriam "trabalhadoras do sexo". O documento registra que a sentença foi revogada depois pelo STJ, após críticas.

O País foi elogiado no quesito combate à impunidade, com a instalação da Comissão Nacional da Verdade e ações penais movidas pelo Ministério Público Federal contra agentes da ditadura militar, acusados de sequestrar desaparecidos políticos.

Para Atila Roque, diretor da Anistia Internacional no Brasil, o aparato legal do País é favorável à defesa dos direitos humanos. O problema está na aplicação prática das leis. "Vivemos um déficit de justiça. Pessoas que têm seus direitos humanos violados seguem desamparadas. E o Estado, que deveria proteger as vítimas, muitas vezes contribui com essas violações. Nossa democracia jamais será completa com desrespeito aos direitos humanos".

continua após publicidade

Outro lado

A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou que o programa "São Paulo contra o Crime", anunciado nesta quarta, prevê contratação recorde para o efetivo das polícias Civil e Técnico-Científica e o estabelecimento de metas de redução dos principais indicadores de criminalidade: homicídio, latrocínio, roubo e furtos de veículos. Sobre a reintegração de posse do Pinheiro, a pasta afirmou que a Polícia Militar foi requisitada pelo Judiciário. Em relação à terminologia "auto de resistência", a Secretaria disse que foi alterada em janeiro deste ano.

O mesmo foi informado pela Secretaria de Segurança do Estado do Rio. Em relação às milícias, a secretaria informou que, em seis anos, 788 milicianos foram presos.

O governo do Amazonas não se manifestou sobre as torturas relatadas em presídios do Estado.

Gostou desta matéria? Compartilhe!

Icone FaceBook
Icone Whattsapp
Icone Linkedin
Icone Twitter

Mais matérias de Geral

    Deixe seu comentário sobre: "Anistia: continua alta incidência de violência no País"

    O portal TNOnline.com.br não se responsabiliza pelos comentários, opiniões, depoimentos, mensagens ou qualquer outro tipo de conteúdo. Seu comentário passará por um filtro de moderação. O portal TNOnline.com.br não se obriga a publicar caso não esteja de acordo com a política de privacidade do site. Leia aqui o termo de uso e responsabilidade.
    Compartilhe! x

    Inscreva-se na nossa newsletter

    Notícia em primeira mão no início do dia, inscreva-se agora!