O número de mortos em consequência do forte terremoto ocorrido no noroeste da China subiu para 1.114, informou hoje a agência de notícias Xinhua. O tremor de magnitude 6,9 atingiu a província de Qinghai, principalmente a cidade de Yushu, predominantemente tibetana, derrubando milhares de casas na manhã de quarta-feira e dando início a uma enorme ação de resgate.
Hoje (16), o primeiro-ministro Wen Jiabao visitou sobreviventes do abalo. As autoridades demonstravam prontidão para lidar com os problemas em uma das áreas onde é mais forte a tensão étnica na China. Em 2008, a região tibetana foi palco de fortes protestos contra o governo de Pequim, duramente reprimidos.
"Nós faremos esforços grandes para construir uma nova Yushu", prometeu Wen a moradores, conforme a Xinhua. Ele chegou ao local do terremoto na noite de ontem e visitou várias pessoas atingidas. "O sofrimento de vocês é nosso sofrimento", afirmou Wen, que é do grupo étnico Han, majoritário na China.
O governo enviou soldados e equipes de resgate, além de bombeiros, para tentar salvar pessoas soterradas e auxiliar outras vítimas. A mídia estatal informou que já começaram a chegar hoje tendas, roupas quentes, água potável e comida à região. O presidente chinês, Hu Jintao, encurtou uma viagem à América Latina para voltar mais rápido ao país.
Comprometimento - Analistas notam que a tragédia é uma oportunidade para Pequim mostrar seu comprometimento com membros de etnias minoritárias. "Se os esforços de resgate e ajuda forem bem, as relações melhorarão", afirmou Zhang Zhirong, pesquisador tibetano da Universidade Peking.
Os tibetanos reclamam de restrições do governo a seus direitos civis e a suas práticas religiosas. Muitos também se sentem excluídos do boom econômico chinês. Todos esses elementos contribuíram para o levante em áreas tibetanas pouco antes dos Jogos Olímpicos em Pequim, em 2008.
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