A guerrilha rebelde Mai Mai Yakutumba capturou na sexta-feira passada (9) oito funcionários da Cruz Vermelha --sete congoleses e um suíço-- perto de Fizi, no leste do Congo, informou nesta terça-feira o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
O sequestro aconteceu por volta das 14h de sexta-feira, durante o retorno de uma equipe do CICV de uma missão de avaliação das necessidades dos deslocados na região.
"Pedimos ao grupo que deteve nossos colegas que os liberte o mais rápido possível", disse o chefe da delegação do CICV no Congo, Franz Rauchenstein.
A região de Kivu Sul, onde a equipe foi sequestrada, foi marcada por violentos enfrentamentos que provocaram o deslocamento de milhares de civis nos últimos meses.
"Se realizamos atividades nesta região é para proteger e prestar assistência às vítimas dos conflitos armados. Continuaremos insistindo em que seja reconhecido o caráter estritamente humanitário, imparcial e neutro de nossa ação", acrescentou Rauchenstein.
A porta-voz da Cruz Vermelha, Nicole Engelbrecht, disse que os rebeldes não fizeram nenhum pedido de resgate e que a organização mantém política de não pagar pela libertação. "Nós estamos negociando com eles e insistindo na imediata libertação de nossos colegas".
O porta-voz do Exército do Congo na Província de Kivu do Sul, capitão Olivier Hamuli, disse que o sequestro dos voluntários pode ser uma tentativa dos rebeldes de usá-los como "escudos humanos" e prevenir um ataque armado planejado pelos militares contra seus esconderijos.
"Nós sabemos onde os funcionários estão sendo mantidos, mas não podemos atacar a área para evitar colocar suas vidas em risco", disse.
Hamuli disse que os Mai Mai recusaram um acordo de desarmamento e integração do governo, em 2009, porque acreditam que estão protegendo sua tribo.
A Cruz Vermelha tem vários escritórios em Kivu do Sul, que, como boa parte do leste do COngo, sofre com violência desde o genocídio de 1994 na vizinha Ruanda. A milícia Mai Mai é um dos muitos grupos armados na região.
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