SÃO PAULO, SP, 5 de abril (Folhapress) - O ex-ditador cubano Fidel Castro disse hoje que a tensão na Península Coreana é a mais grave ameaça de uma guerra nuclear desde a crise dos mísseis de Cuba, em 1962.
Em um novo artigo publicado no jornal cubano "Granma", Fidel afirmou ainda que a situação é "incrível e absurda", e pediu que sua aliada Coreia do Norte e os Estados Unidos evitem o confronto armado.
Fidel liderava a ilha durante o episódio da Guerra Fria, quando os EUA e a União Soviética quase entraram em confronto por conta da instalação de mísseis nucleares soviéticos em Cuba.
Na época, o ex-ditador cubano escreveu uma carta para o então líder da URSS, Nikita Khruschov, pedindo um ataque nuclear contra os EUA. Depois de 13 dias de tensão, os soviéticos aceitaram retirar os mísseis da ilha, e os EUA fizeram o mesmo na Europa.
"Se uma guerra explodir ali, os povos das duas Coreias serão terrivelmente sacrificados, sem benefício para nenhum deles", diz Fidel.
Segundo ele, agora que os norte-coreanos demonstraram seus avanços técnicos e científicos, devem ser "lembrados de seus deveres com os países que foram seus grandes amigos, e não seria justo esquecer que tal guerra afetaria de modo especial mais de 70% da população do planeta".
Fidel também fez um apelo ao presidente americano, Barack Obama, para que cumpra "o dever de evitar" o risco de uma guerra. "Se um conflito dessa índole explodir ali, o governo de Barack Obama será sepultado por um dilúvio de imagens que o apresentariam como o personagem mais sinistro da história dos EUA".
Ele lembra que teve "a honra de conhecer Kim Il-sung, uma figura histórica, notavelmente valente e revolucionária" e que a Coreia do Norte "sempre foi amistosa com Cuba, como Cuba sempre foi e continuará sendo com ela". O cubano está afastado do poder desde 2006 por problemas de saúde.
Escrito por Da Redação
Publicado em 05.04.2013, 15:14:00 Editado em 27.04.2020, 20:31:55
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