SÃO PAULO, SP, 26 de março (Folhapress) - O ministro interino das Relações Exteriores da Itália, Giulio Terzi, renunciou hoje após discordar da decisão do governo do primeiro-ministro Mario Monti de permitir o retorno à Índia de dois militares italianos processados pela morte de dois pescadores indianos.
O caso ocorreu em 15 de fevereiro de 2012, quando Massimiliano Latorre e Salvatore Girone trabalhavam fazendo a segurança de um cargueiro italiano próximo a Kerala, no sul indiano. Os dois acusados afirmam que confundiram os pescadores com piratas.
Os militares ficaram presos desde a morte dos pescadores até fevereiro, quando receberam autorização da Justiça indiana para ir à Itália votar na eleição parlamentar. Após o pleito, os italianos não permitiram a volta dos soldados.
A decisão aumentou a tensão diplomática com a Índia, que retirou a imunidade diplomática do embaixador italiano em Nova Déli, Daniele Mancini, até que os militares fossem enviados de volta. A autorização foi concedida na última quinta.
Em discurso no Parlamento, Terzi disse que renunciou em solidariedade aos dois militares. "Renuncio porque durante 40 anos considerei e considero hoje que é preciso proteger a honorabilidade do país, das Forças Armadas e da diplomacia italiana."
Para o agora ex-chanceler, sua voz "não foi ouvida" quando houve a decisão do Executivo sobre a volta dos militares à Índia. Os dois não podiam sair da Índia desde a morte dos pescadores, mas tiveram uma viagem autorizada à Itália para votar na eleição parlamentar.
A decisão foi anunciada após uma reunião da Comissão Interministerial para a Segurança da República (CISR) presidida por Monti e da qual participaram também o próprio Terzi e a titular de Interior, Anna Maria Cancellieri.
Escrito por Da Redação
Publicado em 26.03.2013, 14:23:00 Editado em 27.04.2020, 20:32:23
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