SÃO PAULO, SP, 21 de março (Folhapress) - "A curto prazo, é impossível o Metrô atender 24h". A declaração foi dada na noite de ontem pelo gerente de manutenção da companhia, Milton Gioia, na Assembleia Legislativa, durante audiência pública criada para discutir a ampliação do horário de atendimento do serviço em São Paulo.
No evento organizado pelos deputados Luiz Cláudio Marcolino (PT) e Leci Brandão (PCdoB), Gioia listou os principais serviços feitos durante a madrugada - como manutenção dos trilhos, dos trens, do sistema de circulação, lavagem das vias. "Se não houver inspeção e tivermos um trilho trincado, podemos ter um descarrilamento", justificou.
Segundo ele, a malha ferroviária foi concebida para operar do jeito que está e, para haver mudanças, seriam necessárias efetuar opções a médio prazo.
Enquanto discursava, o gerente foi criticado, vaiado e questionado pelo público. "Não queremos "desculpas", queremos soluções", gritavam pessoas que acompanham a explicação no plenário. Ao todo, havia cerca de 200 pessoas no auditório.
Após a sessão, Marcolino disse que também se preocupa com a segurança, mas criticou a companhia. "Não observamos a preocupação das autoridades de ter um planejamento estruturado. Já era para o Metrô apresentar essa viabilidade."
Procurado, o Metrô divulgou nota explicando que é "um sistema de transporte de alta capacidade, implantado para atender grandes demandas e áreas de concentração maior de público. Baixas demandas são atendidas pelo sistema de pneus, que é mais econômico, de rápida instalação e com trajetos adaptáveis.
O metrô de Nova York, por possuir linhas paralelas numa mesma direção, é o único entre os maiores do mundo que funciona sem parar, realizando manutenção alternada.
Projetos de lei
As ideias de Marcolino e Leci se convergem, ao passo que eles são autores de dois projetos de lei sobre o tema. O petista concebeu a proposta para que o Metrô atenda à população 24 horas, todos os dias, enquanto deputada do PCdoB solicitava que o transporte ficasse aberto durante todo o fim de semana.
De acordo com o deputado do PT, o próximo passo é unificar os projetos e continuar cobrando o secretário de transporte, dirigentes do Metrô, da CPTM, da EMTUE e o governo estadual. "Precisamos ter todos os sistemas integrados. Sabemos que esse sistema não pode ser implementado do dia para noite. Mas dá para fazer isso de forma paulatina", afirmou.
Escrito por Da Redação
Publicado em 21.03.2013, 17:10:00 Editado em 27.04.2020, 20:32:35
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