Ao dar posse neste sábado a três ministros, a presidenta Dilma Rousseff justificou as mudanças pela necessidade de fortalecer a coalizão entre os que dão suporte a seu governo. Assumiram nesta manhã novos cargos Antônio Andrade (PMDB) e Manoel Dias (PDT), que responderão pelas pastas da Agricultura e do Trabalho, respectivamente. Wellington Moreira Franco (PMDB) deixou a Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE) para liderar a Secretaria de Aviação Civil (SAC).
Os três movimentos significaram trocas de pessoas de confiança da presidente por aliados políticos a um ano e meio da eleição presidencial na qual Dilma deve repetir a dobradinha com o PMDB do vice Michel Temer para tentar a reeleição e para a qual quer garantir o apoio do PDT, entre outros partidos.
Ministros da Aviação Civil, Moreira Franco, da Agricultura, Antônio Andrade, e do Trabalho Manoel Dias, tomam posse
Dilma fez uma reflexão sobre a necessidade de se estruturar um governo com coalizão. Segundo ela, embora muitas pessoas consideram essas alianças uma estratégia incorreta, em alguns lugares do mundo há processos de deterioração da governabilidade por conta da incapacidade de se construir coalizão.
"Vemos isso na Itália e nos conflitos fiscais nos EUA. A capacidade de estruturar coalizão é crucial para um país, principalmente, o Brasil, com uma diversidade e sua dimensão territorial", avaliou a presidente.
Dilma disse que, ao longo do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e nos últimos dois anos como presidenta, aprendeu que governar “é necessariamente escolher entre várias alternativas” e que é preciso valorizar a parceria de quem dá apoio ao projeto político do governo. “Aprendi muito ao longo desse período sobre o valor da lealdade entre aqueles que desenvolvem com a gente a tarefa de governar”, disse.
Dilma agradeceu a cada um dos ministros que deixam o governo: Mendes Ribeiro, Brizola Neto e Wagner Bittencourt. Ela se referiu a eles como “amigos queridos” e agradeceu ao “apoio, empenho e lealdade” dos três.Ao agradecer ao ex-ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, Dilma disse que, além do caráter político, a relação entre eles tem “fortes bases afetivas”, o que levou o ex-ministro às lágrimas. Em tratamento contra um câncer, mesmo debilitado nos últimos meses, Ribeiro se manteve à frente do ministério. “O Mendezinho é sobretudo uma pessoa de grande lealdade política e pessoal. Ao Mendes, vou dizer, com muito carinho, obrigada pelo seu trabalho, e resista às dificuldades porque nós, no Brasil, precisamos de você.”
Aos novos ministros, a presidenta desejou boa sorte e muito trabalho, e disse que eles serão responsáveis por “setores de relevância estratégica” para o governo. “Estamos em um processo de transformar ministérios em ministérios profissionais e meritocráticos.”
A posse dos novos ministros foi realizada no sábado porque a presidenta viaja domingo. Dilma embarca para Roma, onde participará da missa de inauguração do pontificado do papa Francisco, na terça-feira (19), e só dará continuidade à reforma ministerial quando retornar da viagem.
Escrito por Da Redação
Publicado em 16.03.2013, 22:40:00 Editado em 27.04.2020, 20:32:48
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