Pelos menos nove pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas na explosão de um carro-bomba na cidade portuária de Buenaventura, no oeste da Colômbia. A informação foi confirmada pelas autoridades colombianas nesta quinta-feira (25).
Segundo autoridades locais, o carro-bomba, com cerca de 40 kg de explosivos, foi estacionado perto da prefeitura da cidade e da sede do Ministério Público. A explosão ocorreu por volta das 9h30, hora local (7h30, hora de Brasília).
Um policial foi morto no atentado. Entre os feridos estão funcionários da prefeitura, vendedores ambulantes e pedestres que circulavam no local.
Segundo o diretor do Comando de Emergência em Buenaventura, Yerlis Fori, o número oficial de feridos ainda pode aumentar.
"É um fato terrorista, é lamentável que ocorra", afirmou o general Freddy Padilla, chefe das Forças Armadas e ministro interino de Defesa.
Farc
Ninguém reivindicou a autoria do ataque, mas o governo não descarta que ele tenha sido realizado pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), o principal grupo rebelde de esquerda do país.
"Não é possível (...) que isso continue ocorrendo. É uma cegueira total das Farc ou de qualquer outra organização que tenha realizado esta atividade, que contraria a vontade de todos os colombianos", afirmou Padilla à imprensa local.
Logo após o atentado, o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, convocou um conselho de emergência para tomar medidas contra novos ataques.
O incidente ocorre apenas dois dias depois que sete caminhões foram queimados na rodovia Buenaventura-Buga, uma importante via de acesso que liga o centro do país à zona portuária. O governo também atribuiu este ataque à guerrilha das Farc.
De acordo com Volmar Pérez, Defensor do Povo (uma espécie de procurador público), as autoridades locais já vinham alertando o governo desde o ano passado sobre a presença de paramilitares e guerrilheiros na zona portuária, a principal da Colômbia.
Eleições
Os recentes atentados têm sido visto pelo governo Uribe como uma estratégia da guerrilha para mostrar força militar a cerca de dois meses das eleições presidenciais convocadas para 29 de maio.
Críticos, no entanto, afirmam que ao longo da governo Uribe atentados que foram atribuídos às guerrilhas acabaram favorecendo ao governo e suas candidaturas.
Logo após o atentado, o candidato governista à Presidência, Juan Manuel Santos, ex-ministro de Defesa, defendeu a política de Segurança Democrática, carro-chefe da política de Uribe, ao afirmar que a "cobra continua viva", em referência às guerrilhas.
Segundo o jornal El Tiempo, Santos disse que devido a atentados como o desta quarta-feira "é que não se pode dar marcha a ré na Segurança Democrática, pelo contrário, temos que avançar e reforçá-la".
A Segurança Democrática estabelece, entre outros aspectos, a saída militar e não negociada para o conflito armado colombiano, determina o acirramento do combate contra as guerrilhas e o incremento da militarização do país.
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