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Hoje é Natal para os ortodoxos ucranianos

A comunidade ortodoxa ucraniana de Apucarana celebra o Natal nesta segunda-feira (7). Pela manhã está prevista  uma missa na Igreja Ucraniana Autocefálica, situada à Rua Oreslau Saviski n° 393, em área limítrofe entre o Jardim São Pedro e o bairro da I

Da Redação

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Hoje é Natal para os ortodoxos ucranianos
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Hoje é Natal para os ortodoxos ucranianos
Escrito por Da Redação
Publicado em 07.01.2013, 09:13:00 Editado em 27.04.2020, 20:35:49
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A comunidade ortodoxa ucraniana de Apucarana celebra o Natal nesta segunda-feira (7). Pela manhã está prevista uma missa na Igreja Ucraniana Autocefálica, situada à Rua Oreslau Saviski n° 393, em área limítrofe entre o Jardim São Pedro e o bairro da Igrejinha.

A turismóloga Dorotéa Tchopko, incentivadoras da cultura ucraniana em Apucarana e região, afirma que diferença da data do Natal Ortodoxo em relação ao Ocidente se deve a diferença de calendário adotado. Os ortodoxos seguem o calendário Juliano e os católicos o calendário Gregoriano, por isso há diferença nas datas, explica Dorotea.

Ela relata que, basicamente, a celebração é a mesma: o nascimento de Jesus. "O que muda é o rito, pois Igreja Romana segue uma liturgia mais recente, introduzida pelo Vaticano II, e nós, ortodoxos, mantemo-nos fiéis ao rito bizantino, uma liturgia com mais de 1 300 anos. A nossa liturgia é mais dramatizada, é muito cantada, tem muito movimento", detalha a turismóloga.

MAIS DIAS - Além dos aspectos litúrgicos, a grande diferença é que a Igreja Ortodoxa mantém-se fiel ao calendário Juliano, criado por Júlio César (em 46 a. C.), que tem mais dias (14) do que o calendário gregoriano, adotado pelos católicos. Daí resulta que o dia 25 de Dezembro (dia de Natal) do calendário ortodoxo corresponde ao nosso 7 de Janeiro.

A turismóloga acrescenta que na Ucrânia e em algumas comunidades ucranianas no Brasil ainda há o costume de visitar as famílias com um grupo de cantores (kolhidnekê) no período entre natal até a Teofania (Yordan).

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As koliadás (canções de Natal) vêm de uma tradição muito antiga do povo ucraniano, antes mesmo da cristianização da Ucrânia. Essas canções originaram-se do Festival de Inverno, que acontecia pelo fato de os dias se tornarem mais longos. Esta também era a época de se agradecer pela boa colheita. Com a revelação do cristianismo aos antepassados, a maioria das cantigas (kolhadás) e rituais foram adaptados.

Tradição - Na Ucrânia, especialmente no oeste, até hoje, na maior parte das aldeias, recordam-se das tradições do Natal Ortodoxo. Na véspera do feriado religioso mais importante — o Natal Cristão — o povo ucraniano senta-se a uma mesa festiva e generosa, mas sem carne. O dia 6 de janeiro — a Santa Noite, em que se preparam, após a arrumação nas casas. É necessário purificar-se espiritualmente — para confessar, para fazer a paz com o inimigo. Depois disso, pode-se preparar os pratos festivos.

Todos os ortodoxos, necessariamente, têm, sobre a mesa, exatas doze peças. Os pratos tradicionais da Ucrânia eram sopa, bolinhos de massa, peixe, cogumelos, cereais, feijão ou brotos de feijão, batata, repolho, biscoitos, “kutya” (o mesmo que os russos “sotchivo”), “uzvar”. A “kutya” era feita com o trigo amassado com antecedência, e ficava “intocado” — mantida na água até o nascer do sol, que, consideravam, consagrava a própria noite como o deus do sol. Era proibido, naquele dia, e naquele momento, discutir e brigar e todos os membros da família deve estar em casa. As crianças devem ajudar nos preparativos, um papel específico cabe para a filha mais velha. Em 6 de janeiro, não jantam nem almoçam, e mesmo às crianças, só é permitido um lanche, na hora do almoço.

Meninos e meninas não podem sentar-se nos cantos da mesa, para não ficar sem um par no matrimônio. Não se pode, tendo tomado a colher à mão, recolocá-la sobre a mesa, e os pratos não são lavados com água — somente com uzvar. Embora não se tenha terminado a refeição, não se pode deixar a mesa, ainda mais, a casa, para não deixar entrar a força do mal. De cada prato vale a pena experimentar pelo menos um pouco, para não ter fome. Mas, não se pode comer um prato inteiro — “para que a geladeira não fique vazia”.

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E no dia seguinte, primeiramente, aceita-se deixar entrar na casa um menino, que deve semear a casa com sementes e desejar aos proprietários saúde e riqueza, e não se pode uma mulher. Por isso, no dia seguinte, a maioria mulheres fica em casa. Tendo semeado a casa, dão de presente doces ou dinheiro.

No dia 7 de janeiro, celebravam o primeiro dia de Natal. De manhã, a família inteira ou vários membros iam à igreja para as orações do feriado, que eram dedicadas à memória do nascimento de Jesus Cristo. Voltando da igreja, as pessoas alegremente saudavam-se:

— Cristo nasceu! — Louvai-O! ou — Desejo um Santo Natal, com saúde!

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