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Serviço britânico chamou presidente argentino de "alcoólatra" durante guerra

SÃO PAULO, SP, 28 de dezembro (Folhapress) - Em meio à Guerra das Malvinas, entre o Reino Unido e a Argentina, o serviço secreto britânico afirmou em um documento secreto aos ministros do governo de Margaret Thatcher que o "presidente [argentino Leopol

Da Redação

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Escrito por Da Redação
Publicado em 28.12.2012, 18:49:00 Editado em 27.04.2020, 20:36:04
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SÃO PAULO, SP, 28 de dezembro (Folhapress) - Em meio à Guerra das Malvinas, entre o Reino Unido e a Argentina, o serviço secreto britânico afirmou em um documento secreto aos ministros do governo de Margaret Thatcher que o "presidente [argentino Leopoldo] Galtieri é alcoólatra e aparentemente incapaz de pensar racionalmente". O registro é de 22 de abril de 1982, 20 dias após o início do conflito, e revela que a inflexibilidade da junta militar que governava a Argentina na época foi determinante para a escalada da guerra.

Os documentos secretos acerca do conflito, abertos pelo governo, como é praxe, após 30 anos, revelam como os britânicos tentaram uma solução negociada acerca da invasão argentina das Malvinas, no Atlântico Sul, apesar do discurso intransigente na época em favor da soberania.

O conflito se iniciou em 2 de abril, quando tropas chefiadas pelo ditador Galtieri (1926-2003) chegaram às ilhas, ocupadas pelos britânicos, e travaram conflito com as patrulhas locais. A guerra, que durou 74 dias, deixou 649 argentinos e 255 britânicos mortos.

Sir John Nott, secretário de Defesa britânico, afirmou, hoje, em função da abertura dos arquivos, que ele não teria sido contra uma solução negociada, caso a Argentina concordasse em retirar suas tropas das Malvinas. "Eu sempre estive preparado para negociar. Acontece que que isso jamais foi possível, mas isso é um julgamento em retrospectiva", afirmou ao jornal britânico "The Guardian".

Ao mesmo jornal, Nott declarou ainda que o secretário de Relações Exteriores da época, Francis Pym, estava desesperado para uma solução negociada, o que irritava Thatcher. Houve oportunidades para a diplomacia, segundo Nott, porém a junta militar argentina era "ainda mais intransigente que a primeira-ministra".

Mesmo dias após os ingleses terem chegado em terra pela primeira vez nas ilhas, conselheiros de Thatcher ainda consideravam alterar o status das Malvinas em relação ao Reino Unido, implicando na perda parcial de soberania -o que jamais aconteceu. "Alguma forma de associação com a ONU -ou algum tipo de administração conjunta anglo-americana- poderia estar de acordo com as nossas exigências, se apenas conseguíssemos fazer os argentinos concordarem", aconselhou Sir Robert Armstrong, o secretário e gabinete, a Thatcher em 25 de maio de 82 -- quatro dias depois da chegada em terra de suas tropas.

Enfraquecida após o fracasso da campanha nas Malvinas, a ditadura militar argentina caiu pouco depois, em 1983.

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