SÃO PAULO, SP, 24 de dezembro (Folhapress) - Horas depois de se colocar à disposição para governar a Itália depois das próximas eleições, o premiê Mario Monti colocou na internet sua agenda de reformas para o país, pedindo que os italianos debatam o futuro da nação nas próximas eleições.
Depois de semanas de hesitação, Monti declarou no domingo estar disposto a liderar uma aliança de centro para buscar um segundo mandato com o objetivo de completar o programa de reformas econômicas iniciado quando ele assumiu o cargo.
A decisão do premiê italiano Mario Monti de se oferecer para continuar governando a Itália após as eleições de fevereiro gerou espanto no país. Analistas consideram que sua proposta está carregada de riscos e ambiguidade.
Em um editorial com o título "Falta clareza", o jornal "Il Corriere della Sera" resume o clima de incerteza causado pelo desejo de Monti de voltar à chefia do governo para completar as reformas iniciadas durante os treze meses que administrou a Itália a pedido do Parlamento para fazer frente à maior crise econômica da península desde a Segunda Guerra Mundial.
"Mario Monti se transformou em um candidato não candidato", afirma o jornal ao definir a estratégia do economista de se oferecer para concorrer indiretamente nas eleições de 24 e 25 de fevereiro, já que não pode aparecer nas listas por ser senador vitalício.
"Não tomo partido de ninguém. Mas estou pronto para dar minha opinião, o meu apoio, e se me pedirem, a dirigir e assumir as responsabilidades que o Parlamento me confiar", declarou Monti ontem.
O chefe de governo reconheceu que os riscos são grandes, sobretudo, se enfrentar uma áspera campanha eleitoral, em um clima marcado pelas impopulares medidas de austeridade que adotou e que afetaram principalmente a classe média.
Também ontem, Monti disse que não pode aceitar o convite do ex-premiê Silvio Berlusconi para liderar a coalizão de centro-direita formada por seu partido, o Povo da Liberdade, na próxima eleição para o Parlamento, em março.
Monti, que governou o país por 13 meses, foi apontado como um dos responsáveis por diminuir o efeito da crise financeira italiana. No início do mês, o ex-premiê criticou duramente o governo atual por impor as medidas de austeridade no país, dizendo que o atual chefe de governo era comandado pela Alemanha.
Personalidades importantes aderiram ao plano de Monti, como Luca di Montezemolo, presidente da Ferrari; Pierferdinando Casini, da União de Centro; Gianfranco Fini, presidente da Câmara de Deputados e Franco Frattini, ex-ministro de Relações Exteriores de Silvio Berlusconi. O plano prevê cobrar impostos de grandes fortunas e fixar um salário mínimo.
Especialistas apontam para uma coalizão de governo liderada pelo Partido Democrático (esquerda e social-democratas). Contudo, alguns setores do Partido Democrata temem se aliar a Monti e promover seu modelo "liberal" de país.
Escrito por Da Redação
Publicado em 24.12.2012, 14:20:00 Editado em 27.04.2020, 20:36:12
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