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Chavismo arrasa, mas Capriles consegue se reeleger

Por Flávia Marreiro CARACAS, VENEZUELA, 17 de dezembro (Folhapress) - Na "maré vermelha" que tomou o mapa da Venezuela neste domingo com vitórias governistas em 20 dos 23 Estados, a reeleição de Henrique Capriles, o principal líder da oposição, foi o p

Da Redação

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Publicado em 17.12.2012, 10:24:00 Editado em 27.04.2020, 20:36:28
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Por Flávia Marreiro

CARACAS, VENEZUELA, 17 de dezembro (Folhapress) - Na "maré vermelha" que tomou o mapa da Venezuela neste domingo com vitórias governistas em 20 dos 23 Estados, a reeleição de Henrique Capriles, o principal líder da oposição, foi o ponto de honra dos antichavistas.

Capriles, derrotado por Chávez em outubro, seguirá no poder em Miranda, o segundo colégio eleitoral do país, e, com a apertada vitória de ontem em seu Estado, consolida seu caminho como candidato da oposição em caso de novas eleições presidenciais no curto e médio prazo.

Há nove dias, Chávez, convalescente em Cuba da quarta cirurgia oncológica desde junho de 2011, admitiu que a doença pode tirá-lo definitivamente do poder. Se isso ocorrer até 2016, nova votação para eleger um novo presidente tem de ser convocada em 30 dias.

O governo, que utilizou abertamente a comoção por causa da saúde de Chávez como estratégia eleitoral, arrebatou da oposição o Estado de Zulia, bastião oposicionista que é o coração petroleiro da Venezuela e maior colégio eleitoral do país.

O chavismo recuperou ainda outros três Estados que eram governados pelos opositores desde 2008 (Táchira, Nova Esparta e Carabobo).

Em ao menos dois episódios os opositores acusaram o governo de violar as regras eleitorais e pedir votos para os chavistas utilizando o presidente. O CNE, alinhado ao governo, não atuou.

O vice-presidente do país, Nicolás Maduro, pediu que eleitores votassem "para não ficarem mal" com Chávez, em entrevista na TV estatal, reproduzida pelas duas maiores emissoras privadas. Mais tarde, o governo usou novo comunicado televisivo sobre a saúde de presidente -sem novidades- para repetir o mesmo.

Com o resultado, o governo desfere o segundo duro golpe na oposição em menos de dois meses, em meio à incerteza do país sobre a capacidade do presidente de tomar posse do novo mandato em 10 de janeiro.

É o primeiro teste eleitoral da mobilização do chavismo sem Chávez na chapa desde que ele indicou o vice Nicolás Maduro como seu eventual sucessor. "Para os que falavam [da fraqueza] do chavismo sem Chávez hoje os venezuelanos deram uma lição", escreveu em sua conta no Twitter Jesse Chacón, ex-ministro de Comunicações de Chávez.

Aperto e abstenção

Com pouco mais de 90% dos votos apurados, Capriles venceu o ex-vice-presidente Elías Jaua por 50,35% contra 46,13%, numa campanha marcada pelo esforço do chavismo em dar um xeque-mate no governador e pela alta taxa de abstenção em algumas zonas, incluindo áreas abastadas de Caracas.

"A mudança está pertinho: estamos vendo ao dobrar a esquina", discursou Capriles. "Em Miranda resistimos", seguiu.

O outro grande vitorioso da jornada da oposição é o ex-chavista Henry Falcón, que se reelegeu no Estado de Lara, na região central. Capriles e Falcón são próximos e fizeram campanha se descolando dos tradicionais partidos da política antes de Chávez.

A oposição ganhou ainda no Estado de Amazonas, o menor colégio eleitoral do país, considerada uma eleição com características específicas pela alta porcentagem de população indígena.

A abstenção foi de 47%, contraste com apenas de 19,52% nas presidenciais de outubro. Em 2008, a abstenção nas regionais foi de 35%. Em 2004, quando a oposição estava desmobilizada pela derrota no referendo que tentou revogar o mandato de Chávez naquele ano, a taxa chegou a 54,2%.

A taxa de participação nas regionais geralmente é mais baixa, mas na votação deste domingo, segundo os analistas, o desânimo da oposição com a derrota de outubro e a data, a poucos dias do Natal.

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