Rússia admite avanço de rebeldes na Síria
SÃO PAULO, SP, 13 de dezembro (Folhapress) - Mais poderoso aliado do regime de Bashar Assad, o governo russo já reconhece que as forças rebeldes ganharam terreno e podem até vencer a guerra contra o ditador.
A posição foi revelada pelo vice-chanceler russo, Mikhail Bogdanov, numa primeira demonstração de preocupação com uma possível derrota de Assad.
Segundo Bogdanov, uma vitória da oposição "não pode ser descartada". "É preciso encarar os fatos. O regime e o governo na Síria estão perdendo controle de cada vez mais territórios", disse o diplomata, que é enviado de Moscou para o Oriente Médio, segundo a agência russa RIA.
O país já estaria, inclusive, preparando uma retirada de russos da Síria. "Temos planos de mobilização e estamos detalhando onde estão nossos cidadãos."
A Otan (aliança militar ocidental) se juntou ao coro e defendeu hoje que o regime sírio está perto de ser derrotado e deve, por isso, dar início a uma transição política.
"Creio que o regime em Damasco está chegando a um colapso, Acho que agora é só uma questão de tempo", disse o secretário-geral na Otan, Anders Fogh Rasmussen, após se reunir com o premiê holandês, Mark Rutte.
Rasmussen declarou que o governo deve cessar a violência "para entender qual é a situação de fato e começar um processo que leve à acomodação das aspirações legítimas do povo sírio".
Mísseis
O secretário-geral da Otan ainda condenou fortemente o possível uso de mísseis Scud pelo regime sírio contra a oposição. Segundo o "New York Times", forças do governo teriam lançado os projéteis de fabricação soviética ao menos seis vezes contra lugares considerados bastiões rebeldes.
"O uso desse tipo de armamento mostra o completo desdém pelas vidas da população síria", disse Rasmussen.
Segundo a agência estatal Sana, o regime nega o uso desse tipo de armamento contra os "grupos terroristas armados, que têm usado armas avançadas recebidas de países conspiradores".
Hoje Rutte disse que os mísseis Patriot enviados pela Otan à Turquia poderão operar a partir do final de janeiro.
A Turquia pediu à aliança militar os mísseis alegando a necessidade de defesa de seu território. Eles serão posicionados na fronteira com a Síria, para interceptar possíveis projéteis lançados do país vizinho.
Em Qatana, subúrbio de Damasco, ao menos 16 pessoas morreram na explosão de um carro-bomba perto de uma escola. Sete das vítimas seriam crianças, segundo a Sana. Outra explosão nos arredores da capital teria deixado mais oito mortos.
Desde o início dos confrontos, em março de 2011, ao menos 40 mil pessoas morreram na Síria, segundo ativistas.
Escrito por Da Redação
Publicado em 13.12.2012, 20:51:00 Editado em 27.04.2020, 20:36:34
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