SÃO PAULO, SP, 9 de dezembro (Folhapress) - O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse hoje que o discurso do líder do Hamas, Khaled Meshaal, prova que o Estado judaico sofre ameaças e justifica a ocupação de territórios e a criação de assentamentos na Cisjordânia.
Ontem, Meshaal disse que nunca reconhecerá Israel e defendeu um território nos limites da Palestina antes de 1948, quando a ONU (Organização das Nações Unidas) criou o Estado judaico. "A Palestina é nossa do rio [Jordão] para o mar [Mediterrâneo] e do sul para o norte. Não haverá concessão de uma polegada de terra'.
Em encontro de gabinete, Netanyahu rebateu as críticas internacionais contra o anúncio de novas colônias na Cisjordânia, que foi encarada como uma represália à aprovação da Palestina com Estado observador não membro na Assembleia Geral da ONU.
"Ontem novamente fomos expostos à verdadeira face de nossos inimigos. Eles não têm a intenção de se comprometer conosco. Eles querem destruir o nosso país'.
O chefe de governo voltou a dizer que Israel não sairá da Cisjordânia como o fez da faixa de Gaza, em 2005. Um ano após a saída, o Hamas assumiu o governo local e seu braço militar, as Brigadas Ezz al Din al Qassam, iniciaram uma ofensiva contra as tropas israelenses.
"Se cedermos a Cisjordânia, poderemos correr o risco de transformar Tel Aviv [cidade mais importante de Israel] em alvo de foguetes palestinos'.
Sobre o processo de paz, ele se disse querer uma paz verdadeira com os vizinhos, mas que continuará "resistindo às pressões internacionais'.
Abbas
Netanyahu ainda criticou o presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas, por não reprovar as palavras de Meshaal. O líder do Hamas é rival político do mandatário palestino, que é do Fatah.
"O que é interessante é que esse Abu Mazen [Abbas] não condena as palavras [do Hamas] pedindo a destruição de Israel, assim como ele não reprovou os disparos de foguetes vindos de Gaza. E, para meu desgosto, ele ainda busca unidade com o mesmo Hamas, que é apoiado pelo Irã'.
Em seu primeiro mandato como primeiro-ministro, em 1997, Netanyahu tentou matar Khaled Meshaal, então um líder de segundo escalão, em seu exílio na Jordânia em represália contra uma série de ataques terroristas palestinos.
Escrito por Da Redação
Publicado em 09.12.2012, 15:16:00 Editado em 27.04.2020, 20:36:47
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