SÃO PAULO, SP, 25 de outubro (Folhapress) - Investigadores da Comissão de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) pediram hoje acesso à Síria para investigar crimes contra a humanidade cometidos por oposição e governo durante os 19 meses de conflito.
A equipe, liderada pelo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, requisita também um encontro com o ditador Bashar Assad. O grupo está impedido de entrar no país árabe desde que foi formado, há um ano.
Em entrevista em Genebra, na Suíça, Pinheiro disse que seria muito importante que o regime recebesse a comissão."Pretendemos ir sem condições iniciais encontrar Assad para discutir o acesso da nossa comissão à Síria".
Uma das representantes do grupo de investigação, a magistrada suíça Carla del Ponte, disse que a Síria é cenário de crimes contra a humanidade e de guerra, da mesma forma como os ocorridos nas guerras de divisão da antiga Iugoslávia, na década de 1990.
"Enfrentamos os mesmos crimes, sem dúvidas crimes contra a humanidade e crimes de guerra", declarou Del Ponte, que investigou os crimes de guerra cometidos pelos sérvios durante a ocupação da Bósnia, em 1995.
Ela afirmou que a tarefa no momento é identificar as autoridades políticas e militares responsáveis pelos crimes contra a humanidade cometidos na Síria.
Desde o início da investigação, os representantes da ONU fizeram uma lista secreta de indivíduos e entidades do regime e da oposição síria suspeitas de cometer crimes como homicídios e tortura, abrindo caminho para acusá-los por crimes de guerra no futuro.
Segundo estimativa da ONU, pelo menos 30 mil pessoas morreram desde março de 2011. Outros 300 mil pediram refúgio e países vizinhos e 2,5 milhões de pessoas se deslocaram internamente.
Escrito por Da Redação
Publicado em 25.10.2012, 13:13:00 Editado em 27.04.2020, 20:38:39
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