Quatro executivos da mineradora anglo-australiana Rio Tinto foram a julgamento nesta semana em Xangai, na China, acusados de aceitar propinas de milhões de dólares e de praticar espionagem comercial.
Um dos acusados é o cidadão australiano Stern Hu, diretor de operações de minério de ferro da Rio Tinto na China. Os outros três são chineses.
Advogados disseram no tribunal que os quatro réus admitiram ter recebido propinas, mas não reconhecem o valor que são acusados de receber.
Entretanto, a Rio Tinto, uma das principais concorrentes da Vale do Rio Doce no mercado internacional, negou publicamente que seus executivos tenham feito algo errado.
Negociador
Stern Hu liderava as negociações da Rio Tinto com a China sobre o valor que os chineses pagariam pelo minério de ferro a ser fornecido a suas empresas.
Segundo o correspondente da BBC na China Damien Grammaticas, a promotoria acusou Hu de pessoalmente receber US$ 1 milhão e um colega dele, de embolsar US$ 10 milhões.
Os réus também respondem à acusação de terem roubado segredos de companhias chinesas.
Hu e seus três colegas chineses - Liu Caikui, Ge Minqiang e Wang Yong - foram presos no dia 5 de julho de 2009.
Um mês antes das prisões, a Rio Tinto rejeitou uma oferta de investimento de US$ 19,5 bilhões da mineradora estatal chinesa Chinalco e anunciou uma associação com a também anglo-australiana BHP Billiton, o que teria gerado insatisfação entre alguns membros do governo chinês.
Grammaticas disse que jornalistas não receberam autorização para acompanhar o julgamento no tribunal e que diplomatas australianos terão que sair da corte quando as acusações de espionagem industrial forem analisadas – de forma que será impossível dizer se os acusados tiveram um julgamento justo.
De acordo com correspondentes, o caso será acompanhado minuciosamente por multinacionais do mundo todo, pois poderá dar destaque aos problemas enfrentados por estrangeiros que trabalham na China.
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