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"Governo induz povo a se endividar", diz ex-diretor do BC

  As medidas de incentivo ao crédito não vão estimular a economia e podem ser prejudiciais à saúde financeira da população. A avaliação é do economista Carlos Eduardo Freitas, ex-diretor do Banco Central (BC) e professor licenciado da Fundação Getúli

Da Redação

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Carlos Eduardo Freitas, ex-diretor do Banco Central (BC) e professor licenciado da Fundação Getúlio Vargas (FGV), está preocupado com o endividamento da população
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Carlos Eduardo Freitas, ex-diretor do Banco Central (BC) e professor licenciado da Fundação Getúlio Vargas (FGV), está preocupado com o endividamento da população
Escrito por Da Redação
Publicado em 23.05.2012, 10:18:00 Editado em 27.04.2020, 20:42:48
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As medidas de incentivo ao crédito não vão estimular a economia e podem ser prejudiciais à saúde financeira da população. A avaliação é do economista Carlos Eduardo Freitas, ex-diretor do Banco Central (BC) e professor licenciado da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Ele está preocupado com o endividamento da população em um momento de ritmo lento do crescimento econômico, que o governo quer reverter com seu pacote de estímulos. Entre as medidas anunciadas ontem (21) pelo governo, estão a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) na compra de veículos e o desconto no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em qualquer tipo de operação de crédito à pessoa física. "O governo está induzindo o povo a se endividar, o que pode ser prejudicial para a saúde financeira. Isso em um momento no qual a inadimplência cresce muito", disse Freitas, que foi diretor de Assuntos de Reestruturação do Sistema Financeiro Estadual, diretoria depois transformada em Liquidações e Desestatizações, do Banco Central, de agosto de 1999, na presidência de Armínio Fraga, até maio de 2003, com Henrique Meirelles. Na apresentação do pacote, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que as medidas não provocarão o aumento da inadimplência nem da inflação. Segundo ele, a criação de empregos e a redução de juros farão com que o aumento do investimento seja acompanhado da expansão do consumo. Ainda na avaliação do ministro, o aumento de renda dos trabalhadores e a entrada de novos empregados formais no mercado impedirá que os consumidores percam o controle e deixem de pagar as prestações. Para Freitas, no entanto, não há um diagnóstico claro da situação econômica do país, que enfrenta efeitos da crise internacional, e, com isso, o governo tenta reagir, com "atitudes pontuais". Segundo o economista, um dos motivos que levou o governo a adotar as medidas foi a expectativa de que a economia vá crescer pouco este ano. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), divulgado na última sexta-feira, mostrou que a economia brasileira perdeu ritmo de crescimento. No primeiro trimestre deste ano, o índice cresceu 0,15% na comparação com o período de outubro a dezembro do ano passado. Essa expansão foi menor do que a verificada na passagem do terceiro para o quarto trimestre do ano passado, de quase 0,2%.
Na avaliação de Freitas, a economia brasileira foi desenhada, a partir da Constituição de 1988, para que haja distribuição de renda, mas sem apresentar grandes taxas de crescimento. Freitas acrescentou que, na década passada, a economia brasileira foi "muito ajudada" pelo desenvolvimento econômico mundial, o que estimulou as exportações do país. Apesar da crise econômica externa, a expectativa do economista é que, em dois ou três anos, o cenário mundial melhore, o que deve ajudar o Brasil. Para ele, os Estados Unidos, "que desempenham papel importante na demanda mundial", estão gradualmente saindo da crise, e a Europa, apesar da situação mais complicada, deve encontrar uma solução "organizada" para os problemas de endividamento dos países. "Com isso, a China deverá voltar a funcionar", acrescentou.

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