O protesto de empresários e empregados de diversos setores da indústria lotava o estacionamento da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, no Ibirapuera, na Zona Sul da capital, por volta das 10h55 desta quarta-feira (4). A concentração complicava o trânsito na Zona Sul. No horário, a cidade estava com 71 km de congestionamento - 49% deles na Zona Sul. A Marginal Pinheiros, sentido Rodovia Castello Branco, e o corredor Norte-Sul tinham o tráfego complicado.
Segundo a Polícia Militar, havia 2 mil pessoas concentradas na região da Avenida Pedro Álvares Cabral por volta das 10h20 - a manifestação era pacífica no horário. Os organizadores do ato, porém, prometem reunir até 100 mil pessoas. O helicóptero Águia, da Polícia Militar, foi acionado.
De acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), a Avenida Pedro Álvares Cabral estava bloqueada nos dois sentidos, na altura do Viaduto General Euclides de Figueiredo. Havia 1,8 km de filas na via por volta das 10h20, no sentido Pinheiros. Outras vias da região também estavam com o trânsito complicado, no horário, como a Ibirapuera (sentido Centro), a República do Líbano (sentido Centro) e a Sena Madureira (sentido Ibirapuera).
Às 10h40, a CET recomendou aos motoristas que evitem circular pela região do Ibirapuera por causa da grande concentração de pessoas no local. A companhia pede aos usuários que utilizem caminhos alternativos. A companhia informou ainda que não foi possível organizar desvios, já que o trânsito da região estava travado nesta manhã. A recomendação é que os motoristas utilizem a Marginal Pinheiros.
Defesa da indústria
O protesto na à Assembleia faz parte de uma manifestação conjunta chamada "Grito de Alerta em Defesa da Produção Nacional e do Emprego". Eles reivindicam medidas do governo que garantam aumento da atividade econômica com menos impostos.
A manifestação foi mantida mesmo após o governo federal lançar nesta terça-feira (3) um pacote de medidas para aumentar a competitividade das empresas nacionais em meio à crise financeira internacional – fator que acirra a concorrência pelos mercados interno e externo. As medidas englobam a ampliação do processo de desoneração da folha de pagamentos, iniciado em agosto do ano passado; o aumento da oferta de crédito para o setor produtivo, que, segundo o governo, também ficará mais barato; além de ações de defesa comercial, com o objetivo de evitar um aumento maior das importações; e o lançamento de um novo regime automotivo – que pretende estimular investimentos no Brasil e aumento do conteúdo local (peças nacionais).
Segundo o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho da Força, a expectativa é que os sindicalistas cheguem à região do Ibirapuera em 2,5 mil ônibus – alguns deles estavam estacionados nesta manhã na Avenida República do Líbano. Paulinho afirmou que o ato reúne empresários e sindicalistas de vários setores produtivos, e que o plano de incentivos à indústria anunciado nesta terça pela presidente Dilma Rousseff “foi feito nas coxas” e “não ataca o cerne do problema”.
"O projeto de ontem são medidas pontuais e importantes. O governo desonerou 11 [setores produtivos], mas a indústria nacional é composto por 127 setores. O plano não ataca o cerne do problema. O coração do problema é juros e câmbio. O Brasil precisa baixa juros e equilibrar o câmbio. Foi um plano meio feito nas coxas, feito na madrugada", disse Paulinho.
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