Após entrar em quadra no domingo, graças a uma liminar concedida pelo STJD, e conquistar o título da Superliga Masculina de Vôlei com o Cruzeiro, o oposto Wallace se manifestou sobre as punições que recebeu do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (CECOB) por incitação à violência contra o presidente Lula (PT). Em publicação no Instagram, ele voltou a admitir que errou ao perguntar aos seus seguidores quem daria um tiro em Lula e agradeceu as pessoas que o apoiaram.
"Pessoal, antes de agradecer, queria falar para todos que me acompanham, sobre tudo que aconteceu comigo nessa meia temporada. Cometi um erro, UM erro fora de quadra, do qual me desculpei, me arrependi. Não desejo que nenhum atleta passe por isso. Foi difícil, mas com ajuda principalmente da minha família, do Sada Cruzeiro, que em todo momento entendeu minha falha e ainda sim ficou ao meu lado, e por fim os amigos", afirmou.
"Ahhh! Quantos amigos consegui ver, hein? Desta vez os VERDADEIROS que por sua vez foram poucos e estes poucos foram sinceros e deram muita força pra mim. Não quero citar nomes, pois seria injusto acabar esquecendo alguém para agradecer o apoio, mas sim MUITO OBRIGADO a todos que me ajudaram, me apoiaram. Ao meu advogado que fez um excelente trabalho durante todo o processo, sempre jogando dentro das 4 linhas, me mantendo sempre tranquilo e me passando segurança", completou.
O Cruzeiro venceu o Minas por 3 sets a 0 na final da Superliga, no domingo, em São José dos Campos, e conquistou o seu oitavo título da competição. Wallace começou no banco e entrou três vezes ao longo da partida. Fez um único ponto, o último da partida. Na publicação desta segunda, também celebrou o título.
"Parabéns rapaziada! Fizeram uma baita temporada. Esse time que não se cansa de vencer, de conquistar títulos... Pra mim é um prazer enorme estar ao lado de pessoas sensacionais como vocês. Obrigado por tudo família Sada Cruzeiro!", escreveu o campeão olímpico.
Wallace foi afastado pelo Cruzeiro no final de janeiro, depois de fazer uma série de postagens no Instagram sobre sua visita a um stand de tiro. Na ocasião, abriu uma caixa de perguntas aos seguidores, foi questionado por um seguidor se "daria um tiro na cara do Lula" e respondeu com uma enquete. "Alguém faria isso: sim ou não?". Após a repercussão, gravou um vídeo pedindo desculpas e dizendo que não tinha a intenção de promover ideias violentas.
No dia 3 de abril, o CECOB determinou a suspensão do oposto, por 90 dias, de todas as atividades relacionadas ao COB, bem como às entidades esportivas ligadas ao sistema olímpico brasileiro. A CBV interpretou a decisão como motivo para bani-lo de suas competições pelo período determinado, mas uma liminar concedida pelo STJD na semana seguinte acatou o pedido da defesa do atleta e determinou que ele fosse liberado para jogar.
O presidente do STJD do Voleibol, Eduardo Affonso de Santis Mendes Farias de Mello, concordou com o argumento apresentado pelo advogado do jogador, Leonardo Andreotti. Na avaliação deles, a forma como a suspensão foi posta impossibilita Wallace apenas de assumir cargos administrativos no COB ou demais confederações ligadas à entidade, sem extensão à esfera esportiva. "Não vejo como afirmar que a participação do atleta por uma equipe, em competição organizada pela CBV, poderia ser entendida como função junto à Confederação, até porque seu vínculo é diretamente com o Clube", escreveu Farias de Mello em mandato de garantia.
Mesmo com a liminar, o Cruzeiro estava em dúvida sobre utilizar ou não Wallace na partida decisiva da Superliga, com medo de receber alguma punição, possibilidade que não está descartada. O COB, que questionou o STJD e reafirmou que sua decisão pode ser interpretada claramente como um banimento de competições, estuda tomar alguma atitude em relação ao uso do oposto pelo Cruzeiro na final.
Além da suspensão de 90 dias das atividades relacionadas ao COB, com cumprimento a partir do dia de abertura do processo, Wallace está impedido de defender a seleção brasileira de vôlei por um ano. Ele anunciou a aposentadoria após os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021, mas aceitou retornar para a disputa do Mundial do ano passado, no que deve ter sido seu último ato com a camisa com a qual foi campeão olímpico em 2016, no Rio, e medalhista de prata em 2012, em Londres.
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