A CazéTV, canal do streamer Casimiro Miguel, desativou o chat da própria transmissão da partida da Copa do Mundo feminina entre Nova Zelândia e Noruega após uma chuva de falas machistas tomarem conta dos comentários durante a abertura da competição, na madrugada desta quinta-feira.
Ao longo do primeiro tempo da partida, era possível ler falas de espectadores que zombavam das atletas, questionavam a qualidade da atuação das seleções em campo e acusavam o influenciador de ter se rendido a "lacração". Na volta do segundo tempo, os comentários no chat do YouTube foram desativados.
A transmissão da disputa, no entanto, continuou e chegou a alcançar 35 mil espectadores simultâneos durante a madrugada desta quinta. Ao lado do narrador Luís Felipe Freitas e das comentaristas Ju Cabral e Belle Suarez, Casimiro acompanhou a surpreendente vitória da Nova Zelândia. O Brasil estreia na competição na segunda-feira, diante do Panamá, às 8h de Brasília. A seleção brasileira tenta se colocar entre as principais do torneio.
Favorita no confronto de abertura, a Noruega, que já foi campeã do mundo, foi dominada a maior parte do tempo e viu a equipe de casa vencer por 1 a 0 e conquistar seu primeiro triunfo na história da Copa do Mundo. A CazéTV transmitirá todas as 64 partidas do Mundial Feminino. O formato é o mesmo da Copa do Catar, em 2022, com 32 seleções.
O ocorrido no chat do Casimiro, no entanto, está longe de ser a primeira vez em que o machismo contra a modalidade feminina toma conta das redes sociais brasileiras. Na última semana, o influenciador Fred Bruno, do canal Desimpedidos, gravou um vídeo onde questionava o motivo pelo qual seus seguidores tinham tanta raiva do futebol feminino.
"Fiz um post incentivando as pessoas a consumirem mais futebol feminino, ainda mais agora que a gente está chegando perto da Copa do Mundo. Imaginei que teriam alguns comentários sujos, ruins, atacando a modalidade, mas fiquei surpreso pelo número de comentários", afirmou Fred, em sua postagem nas redes.
"O tanto de gente que tirou o dia para ser escrota... vocês têm todo o direito de não gostar, mas tirar o tempo de vocês para atacar a modalidade, as meninas que jogam, as que consomem e influenciadoras que divulgam, aí realmente acho que vocês estão errados", disse.
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