O técnico Fábio Carille não abrirá mão de seu esquema tático no Santos, mesmo que sua "teimosia" possa custar seu emprego. Sob pressão e até vaiado durante o segundo tempo com o Goiás, quarta-feira, antes de a equipe encaminhar a vitória por 2 a 0, na Vila Belmiro, desencantando após quatro derrotas seguidas na Série B, o comandante promete ser fiel a suas convicções.
O Santos de Carille vem recebendo críticas por ser muito pragmático e por não mostrar variações táticas, sobretudo quando sai perdendo. O técnico se irrita quando dizem que a equipe é fácil de ser decifrada em campo, o que gerou enorme queda de rendimento.
"Variações? Eu tenho uma forma de jogar e só mudo a característica no setor. Minha carreira é e sempre foi assim", afirma o treinador, adepto do 4-3-2-1, com dois pontos e uma referência na área. A possibilidade de usar três zagueiros nem passa por sua cabeça.
"Não vou mudar a forma de jogar, e sim as características", repetiu. "Chermont varia bastante, mas daqui um pouquinho entro com Hayner, que vai dar mais apoio, mesmo vindo de trás, do outro lado tenho o Rodrigo Ferreira que marca mais. Com Escobar, posso usar um meia de lado e vindo para abrir o corredor. É um 4-3-2-1 que por vezes pode se transformar em 4-3-3 mudando a característica de jogadores", explicou.
Para Carille, o problema não é o esquema e sim os desfalques. Com o retorno de Pedrinho aberto de um lado, Guilherme do outro e com Furch fixo, o Santos tende a crescer bastante e voltar a mostrar força na Série B. "Eles fizeram muita falta. Sempre rondamos a área dos adversários e precisamos de um jogador fixo", afirmou, já mirando a dura visita ao Mirassol, na terça-feira. "Espero que o que passo para os atletas continue dando certo dentro de campo."
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