O chefe da Comissão de Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Wilson Seneme, afirmou que não há intervenção externa nas decisões tomadas com auxílio do VAR, o árbitro de vídeo, no Campeonato Brasileiro. E defendeu a qualidade da arbitragem do futebol nacional.
"Ninguém pode falar com os árbitros durante o jogo. Existe uma comissão de clubes brasileiros, composta por membros das Séries A, B, C e D. Estamos convidando essa comissão para que fique observando a cabine do VAR e vendo o trabalho que eles realizam. É um convite para que vejam como funciona o trabalho. Não posso responder de outras épocas, que talvez o WhatsApp funcionasse. Hoje, eu garanto que não funciona", disse Seneme em entrevista ao canal ESPN.
O dirigente também comentou sobre as críticas direcionadas aos árbitros. Para ele, até a quinta rodada da competição "três ou quatro" jogos tiveram decisões questionáveis por parte da arbitragem. "(Nesses jogos) As decisões dos árbitros não foram da maneira que a gente esperava que eles tivessem, mas posso considerar que é uma arbitragem boa (no geral)", afirmou o gestor.
Seneme pontuou que as partidas com problemas foram "com os árbitros mais experientes" e evitou cogitar afastamento de juízes. Segundo o dirigente, o esporte está sujeito a "erros esporádicos". "O erro do árbitro também é um erro esportivo", analisou ele. Além disso, o gestor mostrou preocupação com queixas que indicam que a arbitragem foi tendenciosa ou agiu com premeditação em alguma decisão.
"Queremos cortar (essa conotação) para não levar o futebol brasileiro ao buraco profundo. Até hoje o Ministério Público de Goiás não encontrou evidência com nenhum árbitro. Preocupação existe com todos os segmentos. O que a gente espera é que as pessoas tenham responsabilidade pelo que falam", afirmou Seneme, em referência à operação realizada pelo MP de Goiás no ano passado.
Seneme é um dos convidados a depor na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga supostos casos de manipulação de jogos e apostas esportivas no futebol brasileiro. O dirigente enfatizou que, na declaração aos parlamentares, vai se limitar a comentar sobre assuntos que envolvem a arbitragem brasileira. O depoimento deve ocorrer dia 16 de maio, e a CPI é presidida pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO).
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