O Santos decidiu suspender preventivamente o contrato de trabalho do zagueiro Eduardo Bauermann, que se tornou réu depois de ter sido denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por envolvimento em esquema de apostas. Seu vínculo está suspenso por 30 dias, que é o período máximo permitido por lei. O atleta permanece afastado das atividades do clube.
O clube espera a continuação da investigação para tomar uma decisão definitiva a respeito do futuro do atleta. Só então decidirá se rescinde ou não o contrato de Eduardo Bauermann, que não entra em campo desde o jogo com o Newells Old Boys, no dia 3 deste mês.
O plano da diretoria do Santos é ter a segurança jurídica para não correr risco de processo se Bauermann for considerado inocente. Ele é um dos 15 jogadores denunciados pelo MP e que se tornaram réus na Operação Penalidade Máxima. Não está descartado processar o zagueiro, dependendo do desfecho do caso. Isso deve acontecer se o atleta for declarado culpado.
Conversas, anexadas pelo MP no processo, revelam que o atleta manteve contato com apostadores e foi aliciado para receber cartão em dois jogos do Brasileirão de 2022, contra o Avaí e Botafogo.
Segundo o MP-GO, o jogador recebeu R$ 50 mil para levar cartão amarelo na partida contra o Avaí, mas não foi advertido durante o jogo. Nas conversas, o apostador critica Bauermann por não ter cumprido com sua parte no acordo. Como não levou o amarelo, ele teria prometido receber o cartão vermelho contra o Botafogo, cinco dias depois. No Rio de Janeiro, o zagueiro de fato foi expulso, mas só após o apito final, invalidando a aposta. Ele teria, então, sido ameaçado de morte.
"Truta, o que você fez da sua vida, mano? Qual a fita? Truta, você foi pago para fazer o que, mano? Você vai pagar todo meu prejuízo, mano. E aí, truta?", escreveu o apostador em conversa com o zagueiro santista.
Diante dos acordos frustrados, Bauermann, que já havia recebido antecipadamente R$ 50 mil, disse que tentaria reaver os R$ 800 mil que teriam sido distribuídos aos apostadores em caso de acerto. Na investigação, há também registro de que o zagueiro teria ofertado seu "passe", no caso luvas, em caso de transferência futura para outra equipe.
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