Fábio Carille não será o técnico do Santos em 2025. O clube acertou sua a saída em reunião, na tarde desta segunda-feira, após a confirmação do título da Série B, em derrota para o CRB por 2 a 0, na Vila Belmiro. Contratado em dezembro de 2023, com a missão de comandar a equipe no ano da segunda divisão, Carille teve o contrato renovado automaticamente até abril, depois de ter conquistado o retorno à elite do futebol brasileiro.
Entretanto, o desempenho em campo era motivo de reclamação de torcedores. Depois da derrota no domingo, a festa de entrega da taça para os santistas teve som de vaias vindo da arquibancada. Após a partida o treinador minimizou a insatisfação da torcida.
"Não são só vocês (jornalistas) que veem, eu também vejo (a insatisfação da torcida). Vocês não sabem o que é pressão. Pressão maior que teve na derrota do Corinthians para o Tolima (na pré-Libertadores de 2011) e o clube optar pela continuidade do Tite. Temos que fazer não o que é melhor para mim, para os torcedores ou para a diretoria, mas o que é melhor para o Santos", comentou o treinador, criticado principalmente pelo futebol pragmático e pouca criatividade na campanha alvinegra na Série B.
No começo do ano, Carille comandou o Santos, ainda com elenco em formação, até a final do Paulistão. O time chegou a vencer o Palmeiras por 1 a 0 no primeiro jogo, mas perdeu o segundo por 2 a 0 e foi vice-campeão. Durante a temporada, as críticas aumentaram, e o técnico chegou a ser especulado no Corinthians.
Segundo disse o presidente Marcelo Teixeira, em entrevista recente ao Estadão, não houve intenção do clube santista em demitir ou tentar um acordo para a saída de Carille. "O único momento que nós aventamos essa possibilidade foi quando o próprio profissional começou a dar uma impressão de que ele pudesse se transferir. Naquela oportunidade ficamos um tanto receosos de que pudesse haver um rompimento do contrato, mas lidamos bem. Naturalmente continuamos a prestigiar o trabalho na busca do principal objetivo, que é o acesso", falou Teixeira.
A boa relação de Teixeira com Carille se repetia entre o elenco e o treinador. Apesar de uma base de atletas ser maNtida, muitas das peças do grupo atual não devem estar entre os que formarão o plantel de 2025.
"Ao terminar (a Série B) nós teremos tempo suficiente para fazer uma avaliação de 2024. Uma avaliação diferente da que nós fizemos em 2023, de reformular totalmente o elenco em 15 dias. Não acreditamos que haja a necessidade de uma reformulação como foi feita lá atrás. Nós temos uma base e atletas que podem compor o elenco, mas naturalmente pretendemos dar uma qualidade e força maior a esse grupo visando o próximo ano. Até porque não é apenas ter qualidade, mas um pouco mais de quantidade porque vamos disputar mais competições", avaliou Teixeira.
Esta é a segunda passagem de Carille pelo Santos. Ele já havia assumido o time em setembro de 2021 e mantido para 2022. Em fevereiro, porém, o técnico foi demitido após uma derrota para o Mirassol no Paulistão. Desde então, ele passou por Athletico-PR e estava no V-Varen Nagasaki, do Japão.
O retorno do técnico ao Santos foi marcado por uma polêmica com o clube japonês, que acusou os santistas de não cumprirem ritos formais para a rescisão de Carille e chegou a ir à Fifa para cobrar a multa rescisória do treinador.
Nesta passagem, Carille comandou a equipe por 53 partidas, sendo 30 vitórias, 20 empates e 10 derrotas. O aproveitamento é de 62%. Não se sabe se ele comandará o Santos no último compromisso da temporada, contra o Sport, na Ilha do Retiro, no domingo, 24, às 18h30.
O time pernambucano é quarto colocado, mas pode ser ultrapassado pelo Ceará, que enfrenta o América-MG nesta segunda-feira. A depender do resultado, Sport, Ceará, Goiás, Mirassol e Novorizontino vão brigar por uma vaga na Série A de 2025.
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