O técnico do Sevilla, Jorge Sampaoli, comentou neste sábado sobre o suposto caso de suborno do Barcelona ao ex-dirigente de arbitragem do futebol espanhol, José María Enríquez Negreira, entre os anos de 2016 e 2018. Em entrevista coletiva neste sábado pré-jogo contra o Osasuna, Sampaoli utilizou uma expressão para dizer que o caso "mancha o futebol".
"Não conheço o caso com profundidade, mas se as provas que saíram forem reais, manchar o futebol desta maneira e a liga desta forma é algo muito grosseiro. Não há prazo de validade para punição, isso é desmerecer o esporte, permitir que deixe de ser limpo", comentou Sampaoli, sugerindo que deixar o caso impune seria um erro.
"Não estou tão por dentro do caso, mas me gera uma tristeza pelo futebol. Existe muita gente que economiza a semana toda para comprar ingresso, trazer a família. Isso engana e mancha a pelota", completa Sampaoli.
ENTENDA
O caso, que está sendo investigado pelo MInistério Público da Espanha, se refere a um pagamento de 1,4 milhão de euros, equivalente a R$ 7,7 milhões, feito pelo Barcelona ao ex-juiz de futebol, que foi vice-presidente do Comitê Técnico de Árbitros (CTA) da Espanha entre 1994 e 2018.
O caso veio à tona durante investigação sobre o pagamento de tributos da DASNIL 95 SL sobre o valor recebido ao longo desses três anos. Os valores não foram confirmados pelo Barcelona.
O clube catalão argumenta que a prática é "comum" entre os times de futebol profissional. "Adicionalmente, o relacionamento com o próprio provedor externo foi ampliado com relatórios técnicos relacionados à arbitragem profissional, de forma a complementar as informações exigidas pela comissão técnica do time principal e da subsidiária, prática comum em clubes de futebol profissional." O Barcelona informou que este serviço agora é realizado por um profissional do próprio clube.
Javier Tebas, presidente da LaLiga, entidade que organiza o Campeonato Espanhol, disse que o caso não pode ficar impune e até cobrou a renúncia de Joan Laporta, presidente do clube catalão, caso ele não dê explicações contundentes sobre a suspeita de suborno. Tebas afirmou que o clube catalão não deve sofrer nenhuma consequência no âmbito esportivo porque o pagamento aconteceu há pelo menos cinco anos, mas acenou com pedido à Fifa e à Uefa para que entrem no caso e definam sanções ao Barcelona.
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