"Confiem" e "acreditem" foram duas das palavras mais repetidas por Dorival Júnior na entrevista que sucedeu a sua primeira convocação da seleção brasileira. A confiança do treinador em seu trabalho é tão grande que ele afirmou que o Brasil reconquistará em pouco tempo o prestígio perdido, será protagonista novamente e, para ele, estará presente na final da próxima Copa do Mundo, algo que não acontece desde 2002, ano do último título mundial conquistado, o penta no Japão e na Coreia do Sul.
"Não temos dúvidas de que o Brasil estará novamente presente em uma decisão de Copa", disse o confiante treinador durante a entrevista coletiva na sede da CBF de quase uma hora de duração. "Fui formado e forjado em competições que você tem que ganhar, senão seu caminho será complicado. Pra mim, o campeonato é esse. Me programei para uma final de Copa do Mundo. E podem ter certeza que vamos alcançar, com trabalho, dedicação e entrega", justificou o treinador, que assumiu a seleção em crise e quase fora da zona de classificação nas Eliminatórias. É apenas a sexta colocada, com sete pontos em seis jogos.
Os 26 atletas escolhidos por Dorival vão representar a seleção brasileira nos amistosos contra Inglaterra e Espanha, nos dias 23 e 26 de março, respectivamente. Depois haverá dois compromissos antes da estreia na Copa América. O Brasil vai encarar o México, em jogo marcado para 8 de junho, e os Estados Unidos, no dia 12, o último teste antes do torneio continental. "Não penso lá na frente. Penso na Copa daqui a dois anos e meio. Podem ter certeza que teremos resultados que possam surpreender", falou Dorival, sentado ao lado de Rodrigo Caetano, novo coordenador de seleções.
O tempo é curto para que a seleção brasileira volte a ser respeitada. Mas o período exíguo de preparação não pode ser usado como desculpa, de acordo com o técnico. "Teremos um tempo mínimo, sabemos e não pode ser uma bengala para que de repente nos peguemos nesses fatos e não tenhamos uma equipe competitiva", disse Dorival. Seu pensamento é de que o Brasil volte a ser competitivo logo.
"Vamos brigar com qualquer seleção do mundo em igualdade de condições. Não temos tempo, mas vamos acelerar o processo. É o que estamos acostumados a fazer nos clubes. Precisamos de resultados pra ontem. É um costume que já está enraizado", declarou o comandante. "Não tenho dúvidas em afirmar que vamos alcançar os resultados. Confiem no trabalho".
Os 26 convocados, com algumas novidades importantes, como Murilo, zagueiro do Palmeiras, e Rafael e Pablo Maia, dupla do São Paulo, antigo clube do técnico, e o retorno do meio-campista Lucas Paquetá, fazem parte de uma lista que ele considerada equilibrada. São atletas capazes de formar o encaixe tático que ele deseja. "Acredito que encontrei um equilíbrio dentro do que buscava".
Para Dorival, os bons resultados serão fundamentais para reaproximar a seleção do torcedor. "O futebol brasileiro se reinventa rapidamente. Tem jogadores de altíssimo nível. É uma virada de chave em que todos devem colaborar. Não falo em mudança brusca, falo em voltar a uma normalidade, ao respeito que a seleção sempre teve lá fora. Nós não podemos deixar que esses resultados ruins perdurem".
As vitórias virão com uma geração que ele considera talentosa, mesclando jovens e atletas experientes, alguns deles que disputaram o último Mundial no Catar. "Tentei fazer aqui uma seleção que volte a nos representar de uma maneira muito séria, concentrada, focada e com conhecimento do que representa vestir uma camisa como a nossa", explicou.
Dorival fez seu primeiro chamado de 26 jogadores depois de passar mais de duas semanas na Europa, onde assistiu a nove partidas, visitou sete treinamentos e observou mais de 20 jogadores. A maioria dos convocados se apresenta no dia 18 deste mês, em Londres, na Inglaterra. A seleção vai treinar no centro de treinamento do Arsenal.
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