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Libertadores e Brasileirão em 8 dias: como Botafogo esqueceu vexame e construiu 2024 memorável

Ainda em comemoração pela conquista da inédita Copa Libertadores, o Botafogo faturou o seu terceiro título do Campeonato Brasileiro ao vencer o São Paulo por 2 a 1 neste domingo. O alvinegro carioca entrou para o seleto grupo de clubes que ergueram no mes

Rodrigo Sampaio (via Agência Estado)

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Escrito por Rodrigo Sampaio (via Agência Estado)
Publicado em 08.12.2024, 18:51:00 Editado em 08.12.2024, 18:56:48
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Ainda em comemoração pela conquista da inédita Copa Libertadores, o Botafogo faturou o seu terceiro título do Campeonato Brasileiro ao vencer o São Paulo por 2 a 1 neste domingo. O alvinegro carioca entrou para o seleto grupo de clubes que ergueram no mesmo ano os troféus de campeão nacional e da América. Para alcançar tal feito com apenas oito dias de diferença, o time botafoguense contou com um alto investimento do acionista John Textor e precisou exorcizar fantasmas para superar o vexame da perda da taça para o Palmeiras no ano passado.

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Quando o botafoguense comemorou a permanência na primeira divisão em 2019, o sentimento era de esperança em um futuro melhor, com a promessa de uma grande reestruturação financeira e no organograma do clube. Contudo, o Botafogo viveu o pior ano de sua história na temporada seguinte, com um rebaixamento vexatório, na lanterna, e precisou garantir o acesso à primeira divisão até o Conselho Deliberativo aderir ao modelo de Sociedade Anônima do Futebol (SAF) e negociar o ativo com o empresário americano John Textor em janeiro de 2022.

Para aquele ano, o Botafogo precisou reformular o elenco de maneira completa para garantir um desempenho satisfatório na Série A, e a vaga na Libertadores por pouco não foi alcançada sob o comando do técnico português Luis Castro. O objetivo da classificação à principal competição do continente acabou ficando em segundo plano em 2023 quando o time surpreendentemente disparou na liderança. A possibilidade do título animou a torcida, mas as coisas começaram a desandar quando Castro atendeu ao pedido de Cristiano Ronaldo e foi comandar o Al-Nassr, da Arábia Saudita.

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O Botafogo chegou a abrir 13 pontos no topo da tabela tendo um outro português no comando técnico. Bruno Lage, atual treinador do Benfica, começou bem, mas acumulou tropeços e irritou a torcida com decisões impopulares na escalação. Em ato de destempero, colocou o cargo à disposição após derrota para o Flamengo.

Com a taça virando obrigação, a direção de futebol decidiu pela demissão de Lage, mas errou ao confiar a conquista ao interino Lúcio Flávio, recém-contratado para comandar o modesto São Joseense-PR. O resultado foi a perda do troféu para o Palmeiras, simbolizada na vitória histórica por 4 a 3, de virada, no Engenhão. Tiago Nunes ainda foi contratado para tentar algo, mas o Botafogo acabou com o quinto lugar.

MERCADO AGRESSIVO, TIME FORTE

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Para 2024, o Botafogo adotou postura agressiva no mercado mirando o título das principais competições. Do time titular da temporada passada, somente o capitão Marlon Freitas, contratado sem custos no ano anterior, permanece entre os 11 iniciais - reserva em 2023, o angolano Bastos também assinou "de graça".

A diretoria alvinegra mesclou assinaturas de contrato sem compensação a financeiras, como o zagueiro Alexander Barboza, o lateral-esquerdo Alex Telles e o atacante Igor Jesus, a outros clubes com outros nomes de impacto, como os craques Thiago Almada (R$ 120,6 milhões) e Luiz Henrique (R$ 85,9 milhões), seduzidos pela possibilidade de se transferir no futuro para o Lyon, time francês do conglomerado de clubes de Textor. O investimento total em 2024 foi de aproximadamente R$ 350 milhões.

Para reger o elenco alvinegro, o escolhido foi o português Artur Jorge. Aos 52 anos, ele se destacou após classificar o Braga, clube que também alavancou Abel Ferreira, para a Liga dos Campeões em dois anos consecutivos. O treinador implementou um estilo de jogo vertical, com rápido toque de bola e golpeando o adversário desde os primeiros minutos. O Botafogo não perdeu para nenhuma equipe do G-6 e alcançou resultados emblemáticos, como o 3 a 1 sobre o Palmeiras, no Allianz Parque, e a goleada por 4 a 1 sobre o Flamengo de Tite, no Engenhão.

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"Queremos trazer jovens para usar o Botafogo como vitrine e colocar esses atletas no mercado internacional. Essa é também uma das intenções, trabalhar com atletas de 22, 23 anos, para que eles consigam performar. Eles ajudam o clube e futuramente o clube pode ter um retorno financeiro com eles. Futebol não é receita de bolo. A gente acredita muito no trabalho, sem vaidade. Esse começo está bem bacana. Estamos remando juntos por um propósito", comenta Alessandro Brito, head scout do time alvinegro e responsável pelo olhar clínico do clube no mercado.

O bom futebol do Botafogo potencializou individualidades, levando Luiz Henrique, Igor Jesus e Alex Telles à seleção brasileira. Almada (Argentina), Savarino (Venezuela), Bastos (Angola) também são presença certa em suas respectivas seleções na Data Fifa. Até mesmo o reserva Gatito Fernández passou a ganhar oportunidades como titular na meta do Paraguai.

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Apesar do time forte, o Botafogo ainda precisou se provar ao longo da temporada. Com o peso de 29 anos sem um título de expressão, e marcado pela derrocada de 2023, o time demonstrou força para eliminar Palmeiras, São Paulo e Peñarol no mata-mata da Libertadores, e derrubou o estigma de uma suposta fragilidade emocional ao derrotar os palmeirenses fora de casa às vésperas da decisão da Libertadores, vencida por 3 a 1 sobre o Atlético-MG com um homem a menos desde o primeiro minuto de jogo.

FLAMENGO... E BOTAFOGO

Ao conquistar a Libertadores e o Campeonato Brasileiro no mesmo ano, o Botafogo repetiu um feito que somente o Flamengo de Jorge Jesus havia conseguido, em 2019. Naquele ano, a equipe rubro-negra fez campanha irretocável na competição nacional, se sagrando campeão com incríveis 90 pontos, 16 de diferença para o segundo colocado, e uma marca de 86 gols marcados.

O Santos de Pelé ganhou também a Libertadores em 1962 e 1963 junto com a Taça Brasil, que na época não era reconhecida como Campeonato Brasileiro e teve as finais dos respectivos anos disputadas apenas na temporada seguinte.

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