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Letícia Oro se inspira em Maurren Maggi e mira salto de 7m após bronze no Mundial

Conquistar a primeira medalha em um Mundial de sua modalidade é, sem dúvida, o sonho de qualquer atleta olímpico. Letícia Oro Melo, uma catarinense de Joinville, que tem Maurren Maggi como inspiração, realizou esse feito no salto em distância em Eugene, n

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Publicado em 26.07.2022, 15:23:00 Editado em 26.07.2022, 15:26:21
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Conquistar a primeira medalha em um Mundial de sua modalidade é, sem dúvida, o sonho de qualquer atleta olímpico. Letícia Oro Melo, uma catarinense de Joinville, que tem Maurren Maggi como inspiração, realizou esse feito no salto em distância em Eugene, nos Estados Unidos, no domingo - ficou a apenas 11 centímetros de uma marca histórica. Como muitos grandes nomes do esporte brasileiro, ela teve de enfrentar diversos obstáculos, que incluíram lesões, como uma cirurgia realizada sete meses antes da competição, e ausência do técnico pessoal no momento mais decisivo de sua carreira.

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Seus primeiros passos foram de muitas dúvidas. Em 2017, o treinador João Carlos dos Santos, de 69 anos, enxergou potencial na então adolescente que mal tinha chegado aos 20 anos, mas que acumulava bons resultados na base, como os títulos sul-americanos sub-18, em 2014, e sub-20, em 2015, além de um bronze no Pan-Americano sub-23. Na categoria adulta, demorou um pouco mais para ter sucesso do que na juventude. Hoje ela tem 24 anos.

Normalmente, os atletas do salto em distância têm pernas longas e pés grandes, o que não era o caso da joinvillense. Por isso, foi identificada como uma potencial velocista no começo. Uma das alunas de João, chamada Dirce, trabalhava como professora e a convidou para um teste de velocista na pista de uma das principais universidades de sua cidade natal. Não deu outra: foi aprovada e virou atleta.

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O caminho para o sucesso no atletismo estava aberto, mas ainda não em sua melhor modalidade. Quando ainda estava se acostumando com o esporte, foi convocada para competir em um evento regional pelo salto em distância e foi ali que descobriu o que fazia melhor. Letícia conquistou a medalha de ouro e logo focou na nova especialidade. Após os anos de sucesso na base, sofreu um baque ao não se classificar à final do Troféu Brasil de 2019. Precisou ter uma correção de rota. Dois anos depois, em 2021, foi campeã do Sul-Americano de Atletismo, disputado no Equador.

Letícia não era considerada uma das favoritas à medalha no Mundial e o sonho parecia ainda mais distante quando sofreu uma lesão de ligamento cruzado anterior - em uma brincadeira com os colegas de Corville, a principal associação de atletismo de Joinville - e teve de ficar sete meses afastada. No retorno, ela mudou o local de treinos para Jaraguá do Sul (SC), por causa de más condições para se aprimorar no salto em distância na Univille, e muitas vezes teve de praticar em circuitos improvisados.

Mais experiente do que muitas de suas adversárias, Letícia não deixou com que os percalços a abalasse e venceu o Troféu Brasil deste ano com uma marca de 6,59 metros. Foi em junho e logo no seu retorno. Mesmo sem estar no topo das apostas para o título, com ciclos de treinos "quebrados" e pouco ritmo em uma pista profissional, a brasileira chegou a Eugene confiante de que subiria ao pódio.

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Com um salto de 6,64 metros, o melhor de sua carreira e alcançado na última tentativa, ela se classificou à tão sonhada final. E tudo isso já sem a companhia de João Carlos na comissão técnica, que não pôde comparecer por problemas com o visto americano. Tânia Moura, técnica da seleção brasileira, e Nélio Moura, que comanda o time da China, receberam a missão de acompanhá-la.

Na sessão derradeira, que valia medalha, conseguiu melhorar ainda mais seu recorde pessoal e "voou" 6,89 metros logo no primeiro salto. Apesar da marca ser impressionante, viveu momentos de tensão, porque errou suas tentativas seguintes e teve de torcer para não ser superada por nenhuma rival. Apenas Malaika Mihambo, da Alemanha, e Ese Brume, da Nigéria, ficaram à sua frente. Dentre as que não saltaram acima de sete metros, Letícia foi a melhor colocada e levou o bronze.

CLUBE DOS 7

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A catarinense passou muito perto de repetir o feito de uma brasileira a qual considera inspiração: Maurren Maggi, campeã olímpica em 2008 com 7,04 metros e até hoje a única do Brasil a fazer parte do seleto "clube dos 7". E ela não é somente um exemplo a ser seguido nas pistas mas também fora delas. "Vi quando ela machucou e lembro da minha trajetória, quando machuquei também o joelho em dezembro. Tive paciência, tive vontade e hoje estou aqui", destacou Letícia.

Ambição não falta para a atleta, que deverá estar na delegação brasileira nos Jogos Olímpicos de 2024 e passará a ter melhores condições de treinos com a conquista da medalha - juntamente a campings em CTs consagrados no exterior e com grandes competidores. Não somente boa em saltos à distância, ela também sabe dar grandes saltos na carreira e fará de tudo para entrar no rol das lendas do esporte. A primeira fase será superar os sete metros, e a contagem regressiva já começou: de 6,89m para 7m, restam somente 11 cm.

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