A goleira sueca Zecira Musovic foi o grande destaque do empate entre Suécia e Estados Unidos na manhã deste domingo, dia 6, nas oitavas de final da Copa do Mundo feminina de 2023. Em um jogo em que as americanas atacaram mais, a atuação da arqueira foi essencial para a manutenção do empate e, nos pênaltis, classificação europeia para as quartas de final. Aos 27 anos, a atleta do Chelsea mede 1,80m e vem sendo um dos pilares da seleção sueca no torneio. Em quatro partidas, o time europeu só sofreu um gol.
Essa é a Copa do Mundo feminina das goleiras. Seja com Musovic, com a nigeriana Chiamaka Nnadozie ou com a jamaicana Rebecca Spencer, a posição foi a que mais evoluiu nos últimos anos. Na fase de grupos e nas oitavas de final, inúmeras partidas foram decididas por milagres operados por elas. Os frangos, assim como na modalidade masculina, ainda existem, mas são cada vez mais raros.
O impacto da melhora defensiva dos times já pode ser sentido. Na fase de grupos do Mundial da Austrália e da Nova Zelândia, a média de gols foi de 2,62 por partida. Na edição anterior, na França, a média bateu em 2,94 gols por jogo. A diminuição dos placares pode ser explicada, entre outros fatores, pela maior profissionalização das arqueiras ao redor do mundo.
Esse é o primeiro Mundial Feminino que conta com 32 seleções. E, durante o último ciclo, inúmeros times receberam um maior investimento e uma melhor preparação para o torneio. Há mais jogos também. As dificuldades ainda existem, como a falta de pagamentos para a seleção da Jamaica e do Canadá, mas não há como negar que, no geral, as seleções - e as goleiras - chegaram mais bem preparadas para o Mundial 2023.
A média de altura das 32 goleiras titulares é de 1,73m, com a mais alta, a italiana Francesca Durante, tendo 1,81m, e as mais baixas, a sul-africana Kaylin Swart, a haitiana Karly Théus e a vietnamita Trn Th Kim Thanh, com 1,65m.
O tamanho baixo, se comparado aos goleiros homens, das arqueiras sempre foi motivo de polêmica no futebol feminino. Para muitos críticos da modalidade, o tamanho do gol deveria ser diminuído para facilitar o trabalho delas debaixo das traves. O argumento utilizado é o de que outros esportes, como o vôlei, têm medidas próprias para campeonatos femininos. A Fifa, por ora, não se comoveu a isso.
Para quem trabalha e acompanha a modalidade, no entanto, o argumento não para em pé. As goleiras temem que uma nova medida de trave tornaria ainda mais difícil o acesso ao já pouco incentivado futebol feminino. Para os especialistas, o caminho é treinar as goleiras que, com o passar do tempo, performarão cada vez melhor. Ao assistir a Copa do Mundo de 2023, parece que elas já estão conseguindo.
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